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Ex-funcionário confirma conta de senador em agência no Rio
PEDRO DANTAS E
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
O bancário aposentado Getúlio
Mota Neto, que trabalhou na gerência da agência do banco Itaú
no Jardim Botânico, na zona sul
do Rio, entre 1978 e 1990, disse
ontem que o atual presidente do
Senado, Jader Barbalho (PMDB),
tinha conta naquela agência. Segundo ele, Jader chegou a frequentar o banco.
"Lembro dele (Jader Barbalho)
algumas vezes na agência", disse
Mota Neto.
De acordo com uma investigação do Banco Central, Jader teria
transferido, quando era governador do Pará (83 a 86), dinheiro
público do Banpará (Banco do
Estado do Pará) para uma conta
pessoal na agência Jardim Botânico do Itaú.
Getúlio Mota Neto, 50, afirmou
que não se lembrava de detalhes
sobre as operações financeiras de
Jader porque era apenas um assistente da gerência. Disse, entretanto, que tanto o presidente do Senado quanto o ator Lúcio Mauro,
tio de Jader, tinham apenas uma
conta cada um.
De acordo com a revista "Veja",
Lúcio Mauro teria apresentado o
então governador do Pará à gerência da agência -o que tanto
Mauro quanto Mota Neto negam.
"Quem cuidava da conta de Jader
era um gerente chamado Santos",
disse Mota Neto, que afirmou não
se lembrar do nome completo de
Santos. O sucessor de Mota Neto
na gerência da agência Jardim Botânico, Luiz Santiago Borges,
apontou-o como o gerente-geral
na época a que se refere a investigação do BC.
Ator
O ator Lúcio Mauro, 73, negou
qualquer participação no esquema de desvios de recursos do qual
seu sobrinho e presidente do Senado, Jader Barbalho, está sendo
acusado. "A única relação que há
é que sou tio dele. Nunca tive conta, nunca tive nada com o Jader",
disse o ator.
O ator considerou uma coincidência o fato de Jader, que governava o Pará, ter tido uma conta na
mesma agência que a sua, no Rio.
Mas depois disse que poderia ter
sugerido a agência a Jader.
"Talvez até não tenha sido coincidência e eu tenha falado para
ele: "Olha, o banco Itaú me trata
muito bem". Mas a conta é dele,
não é minha", disse.
Lúcio Mauro afirmou que nunca teve relação com Jader. "Nunca
me beneficiei de nada, nunca tive
cargo público, nunca recebi coisíssima nenhuma", disse, embora
tenha recebido uma passagem de
avião para Brasília, após a vitória
de Jader na eleição para a presidência do Senado.
"Só vejo o Jader nos acontecimentos políticos da vida política
dele porque sou tio e porque gosto dele", disse.
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