|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RELIGIÃO
Concessão foi obtida em fevereiro e saiu por R$ 470 mil
Universal entra no mercado de
TV paga com tema evangélico
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
Uma TV paga dirigida à família,
com toques evangélicos em sua
programação, é a mais recente iniciativa da Igreja Universal do Reino de Deus para tentar ampliar
seus domínios no país.
A Rede Record, emissora ligada
à igreja, consegui no dia 4 de fevereiro a concessão de uma DTH
(Direct-to-Home), a TV paga cuja
programação é transmitida via satélite e captada por pequenas antenas parabólicas.
O contrato de concessão, de 15
anos, deve ser assinado na próxima quarta-feira por representantes do governo e da Record. A rede
pagará R$ 470 mil pelo direito de
exploração da DTH.
A Igreja Universal pretende colocar a nova TV no ar até o final
deste ano. A concessão tem 102 canais, mas só 25 serão explorados
num primeiro momento.
Pelo menos quatro canais terão
programação exclusivamente
evangélica. Os restantes serão ocupados por filmes, noticiário, esportes, desenhos animados e programas educativos.
"Estamos fazendo um pacote de
canais que atenda aos objetivos da
família", diz Demerval Gonçalves,
diretor-superintendente da Record, que, por enquanto, está tocando o projeto.
Para ele, esse tipo de programação deve ter os seguintes ingredientes: religião, orientação moral, educação e entretenimento.
Público
O público-alvo é principalmente
o evangélico. "Acreditamos que há
cerca de 35 milhões de evangélicos
no Brasil. Não considero difícil
conseguir 10% desse público",
avalia Gonçalves.
O marketing será centrado na
programação familiar. "O assinante vai saber que não verá um
filme pornográfico. Esse será o
nosso diferencial", afirma o bispo
Carlos Rodrigues, coordenador
político da Universal.
O nome mais provável também
segue essa linha: "TV Família".
A Record está agora fazendo
pesquisas junto aos evangélicos
para saber qual é a receptividade
ao projeto e, mais importante,
quanto as pessoas estão dispostas
a pagar pela assinatura de uma TV
como essa.
Dos 4 canais que devem ter caráter evangélico, um seria exclusivo
da Igreja Universal, 1 teria só música gospel e 2 seriam destinados a
outras igrejas evangélicas.
A viabilidade econômica é fundamental para o sobrevivência do
projeto. "Só com satélite nós vamos gastar cerca de R$ 1 milhão
por mês", afirma Gonçalves.
Os Estados onde a TV deve atuar
são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Segundo Gonçalves, a Record
não tem ainda uma estimativa
exata de quanto será necessário
investir na nova empresa. Também não há valores estimados para as mensalidades.
O bispo Rodrigues não descarta
a associação da Record com outras
empresas para implantar a DTH.
Mas ressalta que a emissora tem
condições de desenvolver o projeto sozinha.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|