São Paulo, Segunda-feira, 08 de Março de 1999
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Rodolfo Tourinho diz que ex-ministro tem perfil ideal para comando da empresa
Ministro quer Mendonça na Petrobrás

da Agência Folha, em Florianópolis

O ministro das Minas e Energia, Rodolfo Tourinho, disse ontem à Agência Folha que o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros tem o perfil ideal para substituir Joel Rennó na presidência da Petrobrás.
""O perfil de Mendonça de Barros, um homem muito competente, seria o ideal. Agora, essa decisão depende muito do presidente da República", afirmou.
Segundo Tourinho, a definição ocorrerá em reunião entre ele e o presidente Fernando Henrique Cardoso ""ao longo ou no início desta semana", quando ""essas coisas vão ficar acertadas".
Tourinho esteve em Florianópolis, onde abrirá, hoje, um evento sobre energia. Ontem, ele almoçou com o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin (PPB).
Rennó pediu demissão na sexta-feira, após seis anos e três meses no cargo, o período mais longo na presidência da Petrobrás.
Mendonça de Barros deixou o governo, meses atrás, dizendo, em tom de brincadeira, que iria voltar. Para reforçar, afirmou que morreria pela boca. Sua demissão ocorreu em razão de escutas telefônicas no BNDES, que resultaram na suspeita de que o então ministro favoreceu consórcio na privatização do Sistema Telebrás. O assunto ainda está sob investigação.
Além de ser amigo há anos do ministro das Minas e Energia, Mendonça de Barros conta com a admiração de FHC.
""Não tenho dúvidas de que seria um bom perfil para a Petrobrás. O que acontece é que, para essa decisão do presidente, existem outros problemas envolvidos em tudo isso (as suspeitas que recaem sobre o ex-ministro). Sei que o presidente tem grande admiração pelo Mendonça de Barros. Também tenho grande amizade e admiração por ele, mas existem questões políticas que têm de ser analisadas."
Além de Mendonça de Barros, o nome do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) também está sendo cogitado.
Ao ser perguntado se preferia Mendonça de Barros, com perfil mais técnico, ou Azeredo, que tem um perfil mais político, para a presidência da empresa, o ministro respondeu: ""Acho que seria mais para um técnico do que para um político no momento. Mais um executivo. O momento é muito mais de um executivo".
""Agora, o conselho (da Petrobrás) vai traçar a estratégia que quiser, e a diretoria executiva vai cumprir essa estratégia. A diretoria executiva tem que executar", disse. Sobre o futuro da empresa com o novo sistema, o ministro afirmou que ""não há nenhuma intenção de privatizar a Petrobrás".
(LÉO GERCHMANN)


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