|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ações preocupam, reafirma empresa
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O presidente da multinacional
Veracel, Vítor Manoel da Costa,
56, disse ontem que as invasões de
terra em todo o país deixaram os
investidores estrangeiros preocupados. "Ninguém quer entrar numa aventura. Os investidores que
ainda não decidiram seus projetos certamente vão pensar um
pouco mais antes de tomar qualquer decisão de vir para o Brasil."
Na madrugada do último domingo, cerca de 12 mil agricultores ligados ao MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) invadiram uma fazenda da
Veracel, uma das maiores empresas de celulose do país.
O executivo não quis fazer nenhuma declaração em relação às
críticas feitas pelo ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento
Agrário). "Nada a declarar", disse
o presidente da multinacional.
Costa, porém, voltou a criticar o
governo. Ressalvando que falava
apenas hipoteticamente, disse:
"Se os dirigentes da Storaenso
[empresa de capital finlandês e
sueco que controla a Veracel] estivessem pensando em duplicar a
fábrica, certamente o projeto seria
adiado. Ninguém vai tomar uma
decisão de grande porte sabendo
que a propriedade pode ser invadida a qualquer momento".
O executivo disse também que
políticos de várias tendências criticaram as invasões promovidas
pelo MST. "As críticas não partem
apenas de mim. O ministro Roberto Rodrigues [Agricultura], o
ex-senador José Serra (PSDB) e o
deputado José Carlos Aleluia
(PFL) têm a mesma opinião."
Costa disse também que acredita em uma solução pacífica para o
impasse. "A Justiça já determinou
a saída dos sem-terra, e o governador Paulo Souto [PFL] já disse
que vai cumprir a determinação."
(LUIZ FRANCISCO)
Texto Anterior: Oposição faz alerta; petistas pedem avanço Próximo Texto: Bahia dá 24 horas para sem-terra deixar fazenda Índice
|