São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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Ações preocupam, reafirma empresa

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O presidente da multinacional Veracel, Vítor Manoel da Costa, 56, disse ontem que as invasões de terra em todo o país deixaram os investidores estrangeiros preocupados. "Ninguém quer entrar numa aventura. Os investidores que ainda não decidiram seus projetos certamente vão pensar um pouco mais antes de tomar qualquer decisão de vir para o Brasil."
Na madrugada do último domingo, cerca de 12 mil agricultores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram uma fazenda da Veracel, uma das maiores empresas de celulose do país.
O executivo não quis fazer nenhuma declaração em relação às críticas feitas pelo ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário). "Nada a declarar", disse o presidente da multinacional.
Costa, porém, voltou a criticar o governo. Ressalvando que falava apenas hipoteticamente, disse: "Se os dirigentes da Storaenso [empresa de capital finlandês e sueco que controla a Veracel] estivessem pensando em duplicar a fábrica, certamente o projeto seria adiado. Ninguém vai tomar uma decisão de grande porte sabendo que a propriedade pode ser invadida a qualquer momento".
O executivo disse também que políticos de várias tendências criticaram as invasões promovidas pelo MST. "As críticas não partem apenas de mim. O ministro Roberto Rodrigues [Agricultura], o ex-senador José Serra (PSDB) e o deputado José Carlos Aleluia (PFL) têm a mesma opinião."
Costa disse também que acredita em uma solução pacífica para o impasse. "A Justiça já determinou a saída dos sem-terra, e o governador Paulo Souto [PFL] já disse que vai cumprir a determinação." (LUIZ FRANCISCO)

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