|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em nova carta,
esquerda do PT
cobra mudança
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo assistiu ontem a
mais uma rebelião na sua base.
Oito deputados federais do PT
-que lideram a ala esquerdista, cerca de 30% da bancada-
apresentaram ontem uma síntese do seminário "Queremos
um outro Brasil", realizado no
mês passado.
São 24 pedidos de mudança,
como a redução da taxa de juros, do superávit primário
(economia para o pagamento
da dívida) e a flexibilização das
metas de inflação.
O presidente do PT, José Genoino, disse que defende avanços a partir daquilo que o governo já estaria fazendo, mas
acrescentou que dois pressupostos têm que ser obedecidos:
que o PT é o responsável pelo
sucesso do governo e que não
pode haver "sustos" na política
macroeconômica.
Além do documento do PT, o
PP (terceira maior bancada governista da Câmara) anunciou
que não votará a favor do governo se não tiver pedidos de
verbas e de nomeação de indicados atendidos.
O líder da bancada do PP, Pedro Henry (MT), anunciou ter
suspendido o apoio ao Planalto
enquanto determinados pontos não forem "clareados".
A justificativa oficial: "Queremos que as coisas aconteçam
neste país, que haja a retomada
dos investimentos públicos".
A tradução: a maioria dos deputados do PP está insatisfeita
com o ritmo de liberação das
verbas relativas às emendas
parlamentares -destinadas
majoritariamente para obras
em seus redutos eleitorais- e
com o atraso na nomeação de
indicados para cargos federais.
"Prefeitos de outros partidos
conseguem liberar suas emendas, mas os nossos não", afirmou José Janene (PP-PR).
Ele afirma que, em relação
aos cargos, as pendências estão
no terceiro escalão em Brasília
e nos postos federais nos Estados. Outros deputados afirmam que havia a promessa de
pôr um pepista na Diretoria de
Abastecimento da Petrobras.
Texto Anterior: Jornada dupla: Dirceu volta a atuar na operação política Próximo Texto: No meio da multidão: Waldomiro diz confiar na Justiça Índice
|