São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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Em nova carta, esquerda do PT cobra mudança

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo assistiu ontem a mais uma rebelião na sua base. Oito deputados federais do PT -que lideram a ala esquerdista, cerca de 30% da bancada- apresentaram ontem uma síntese do seminário "Queremos um outro Brasil", realizado no mês passado.
São 24 pedidos de mudança, como a redução da taxa de juros, do superávit primário (economia para o pagamento da dívida) e a flexibilização das metas de inflação.
O presidente do PT, José Genoino, disse que defende avanços a partir daquilo que o governo já estaria fazendo, mas acrescentou que dois pressupostos têm que ser obedecidos: que o PT é o responsável pelo sucesso do governo e que não pode haver "sustos" na política macroeconômica.
Além do documento do PT, o PP (terceira maior bancada governista da Câmara) anunciou que não votará a favor do governo se não tiver pedidos de verbas e de nomeação de indicados atendidos.
O líder da bancada do PP, Pedro Henry (MT), anunciou ter suspendido o apoio ao Planalto enquanto determinados pontos não forem "clareados".
A justificativa oficial: "Queremos que as coisas aconteçam neste país, que haja a retomada dos investimentos públicos".
A tradução: a maioria dos deputados do PP está insatisfeita com o ritmo de liberação das verbas relativas às emendas parlamentares -destinadas majoritariamente para obras em seus redutos eleitorais- e com o atraso na nomeação de indicados para cargos federais.
"Prefeitos de outros partidos conseguem liberar suas emendas, mas os nossos não", afirmou José Janene (PP-PR).
Ele afirma que, em relação aos cargos, as pendências estão no terceiro escalão em Brasília e nos postos federais nos Estados. Outros deputados afirmam que havia a promessa de pôr um pepista na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.


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