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NO MEIO DA MULTIDÃO
Ex-assessor é visto fazendo compras e afirma levar vida normal
Waldomiro diz confiar na Justiça
IURI DANTAS
SÉRGIO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Flagrado pedindo propina a
um empresário de jogos, o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz aproveitou ontem a
véspera do feriado da Semana
Santa para fazer compras em
um hipermercado de Brasília.
Afirmou que confia na Justiça
e que está "levando uma vida
normal". "A única coisa que espero é ser chamado para depor
na CPI [da Assembléia Legislativa] do Rio, porque confio na
Justiça", disse o ex-assessor.
Em depoimento à Polícia Federal, Waldomiro se manteve
em silêncio, utilizando o direito
de só se manifestar à Justiça.
A reportagem encontrou Waldomiro tranqüilo, escolhendo
iogurtes em uma gôndola, por
volta das 14h30 de ontem. Sozinho e vestindo blusa e calça
jeans, não foi reconhecido por
outros clientes. Alguns poucos
se limitaram a sorrir, quando
perceberam que Waldomiro estava sendo fotografado.
Quando se deu conta da presença do fotógrafo, Waldomiro
ficou visivelmente abatido. Reclamou: "Você acabou com minhas compras". Aborrecido,
abandonou o carrinho no meio
do hipermercado e foi embora.
"Estou tentando levar uma vida
normal", afirmou ele.
O "Diário Oficial" publicou a
demissão de Waldomiro "a pedido" no dia 13 de fevereiro. Ele
deixou o governo após a divulgação de um vídeo no qual pede
1% de comissão ao empresário
de jogos Carlos Augusto Ramos,
o Carlinhos Cachoeira.
Homem de confiança do ministro José Dirceu (Casa Civil),
Waldomiro era responsável no
governo pela negociação com
deputados e senadores. Sua demissão provocou a pior crise da
gestão Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época da gravação do vídeo, Waldomiro ocupava a presidência da Loterj (Loterias do
Estado do Rio de Janeiro).
A Folha tentou, sem sucesso,
falar com Waldomiro sobre as
acusações que existem contra
ele. "Não vou fazer nenhuma
declaração, por orientação de
meus advogados", repetia.
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