São Paulo, Quinta-feira, 08 de Abril de 1999
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Aliado de ACM fica sem cargo de relator

LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília

O deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), aliado político do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), será o presidente da comissão de reforma do Judiciário na Câmara. A decisão foi interpretada como uma derrota de ACM, já que Carneiro era cotado para ser o relator, um cargo mais disputado.
A mudança ocorreu depois da reação contrária de partidos aliados e de oposição. A presidência da comissão é função mais burocrática e de menor importância política. Antes de fechar o acordo, os líderes do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), e do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima (BA), consultaram ACM.
O acordo garantiu ao PMDB, que abriu mão da presidência da comissão, a indicação do relator do projeto que trata da responsabilidade fiscal. O candidato do PFL era o deputado Manoel Castro (PFL-BA), que segue o senador.
O PSDB conseguiu indicar o relator da reforma, mas teve de dividir o poder. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) será o relator geral, mas terá de trabalhar com um colegiado de seis sub-relatores, que elaborarão relatórios sobre temas específicos que, posteriormente, serão consolidados pelo tucano.
O PFL foi obrigado a aceitar a proposta de acordo porque corria o risco de ser derrotado na votação na comissão. Os demais partidos da base aliada e os de oposição se uniram para retirar Carneiro do cargo de relator.
Os líderes desses partidos haviam acertado que elegeriam o deputado Ibrahim Abi-Ackel (PPB-MG) para a presidência. O deputado indicaria Aloysio para relator, mantendo os relatores adjuntos e isolando o PFL.
O acordo final favoreceu o PMDB. Além de conquistar o cargo de relator do projeto de responsabilidade fiscal, Geddel pôs fim à reação dos partidos à indicação da deputada Nair Xavier Lôbo (PMDB-GO), que chegou a ser indicada para presidir a comissão, mas acabou como sub-relatora.
A deputada é ligada ao senador Iris Rezende (PMDB-GO), que está em confronto com a Justiça. O irmão e suplente do senador, Otoniel Machado (PMDB-GO), é acusado de ter usado R$ 5 milhões de recursos públicos na campanha do partido em Goiás e chegou a ser preso preventivamente.


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