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Aliado de ACM fica sem cargo de relator
LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
O deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), aliado político do presidente
do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), será o presidente
da comissão de reforma do Judiciário na Câmara. A decisão foi interpretada como uma derrota de
ACM, já que Carneiro era cotado
para ser o relator, um cargo mais
disputado.
A mudança ocorreu depois da
reação contrária de partidos aliados e de oposição. A presidência
da comissão é função mais burocrática e de menor importância
política. Antes de fechar o acordo,
os líderes do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (PE), e do PMDB,
deputado Geddel Vieira Lima
(BA), consultaram ACM.
O acordo garantiu ao PMDB, que
abriu mão da presidência da comissão, a indicação do relator do
projeto que trata da responsabilidade fiscal. O candidato do PFL era
o deputado Manoel Castro (PFL-BA), que segue o senador.
O PSDB conseguiu indicar o relator da reforma, mas teve de dividir
o poder. Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP) será o relator geral,
mas terá de trabalhar com um colegiado de seis sub-relatores, que
elaborarão relatórios sobre temas
específicos que, posteriormente,
serão consolidados pelo tucano.
O PFL foi obrigado a aceitar a
proposta de acordo porque corria
o risco de ser derrotado na votação
na comissão. Os demais partidos
da base aliada e os de oposição se
uniram para retirar Carneiro do
cargo de relator.
Os líderes desses partidos haviam acertado que elegeriam o deputado Ibrahim Abi-Ackel (PPB-MG) para a presidência. O deputado indicaria Aloysio para relator,
mantendo os relatores adjuntos e
isolando o PFL.
O acordo final favoreceu o
PMDB. Além de conquistar o cargo de relator do projeto de responsabilidade fiscal, Geddel pôs fim à
reação dos partidos à indicação da
deputada Nair Xavier Lôbo
(PMDB-GO), que chegou a ser indicada para presidir a comissão,
mas acabou como sub-relatora.
A deputada é ligada ao senador
Iris Rezende (PMDB-GO), que está
em confronto com a Justiça. O irmão e suplente do senador, Otoniel Machado (PMDB-GO), é acusado de ter usado R$ 5 milhões de
recursos públicos na campanha do
partido em Goiás e chegou a ser
preso preventivamente.
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