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REFORMA TRIBUTÁRIA
Proposta é feita por Maciel
Governo defende IR mínimo para empresa
da Sucursal de Brasília
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, defendeu ontem
a cobrança de um Imposto de Renda mínimo sobre as empresas, para evitar que escapem do tributo
graças a brechas na legislação.
Maciel anunciou, com base em
estudo da Receita, que metade das
530 maiores empresas brasileiras
não pagou Imposto de Renda no
ano passado. "Não são casos de sonegação. As empresas deixam de
pagar por causa de falhas na própria lei", afirmou.
O secretário informou ainda que
as montadoras pagaram de Imposto de Renda o equivalente a apenas
0,14% do faturamento em 1998.
As declarações foram feitas em
depoimento à comissão especial
da Câmara que analisa a reforma
tributária. O relator da reforma,
deputado Mussa Demes (PFL-PI),
criticou a proposta do secretário.
"Como falar em Imposto de Renda mínimo em um caso em que a
empresa não teve resultado positivo, ou seja, não teve renda? A Justiça derruba isso na hora", afirmou.
Maciel cobrou mudanças na legislação para permitir que os fiscais da Receita tenham acesso às
movimentações bancárias dos
contribuintes. "O sigilo bancário
precisa ser redefinido."
O secretário afirmou que o ICMS
"é um imposto com validade vencida, de enorme complexidade e
que propicia enorme sonegação".
No lugar do ICMS, ele defendeu a
criação do IVA (Imposto sobre
Valor Agregado), "com alíquota
única, na medida do possível".
Segundo Maciel, o ideal é que o
IVA seja recolhido no Estado em
que o produto é consumido e não
onde é fabricado. A proposta encontra resistências na bancada de
São Paulo, que perderia receita
com a nova fórmula.
Como tributo complementar ao
IVA, Maciel defendeu a criação do
IVV (Imposto sobre Vendas no
Varejo). Para determinados produtos, ele sugeriu uma tributação
mais pesada, com um imposto seletivo.
Entre os produtos, citou como
exemplo combustíveis, fumo, bebidas, energia elétrica e telecomunicações.
Reações
Em relação à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), Maciel propôs sua
transformação em imposto permanente, cujo pagamento o contribuinte poderia deduzir de outro
imposto federal.
"Se for para descontar do Imposto de Renda, os Estados não vão
aceitar, porque recebem uma parte
desse imposto. A União receberia
mais com a CPMF e os Estados receberiam menos graças ao desconto no Imposto de Renda", afirmou
Demes.
Maciel disse que a reforma não
deve reduzir a carga tributária global nem redistribuir a receita entre
a União, os Estados e os municípios, pois isso afetaria o ajuste fiscal.
Ele afirmou, porém, que determinados setores podem pagar menos impostos se a base de contribuintes for aumentada.
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