São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2001 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ROMBO TRANSAMAZÔNICO Metasa era controlada pelo ministro Bezerra Extinção da Sudene pára investigação em empresa
ARI CIPOLA DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM A extinção da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), na quarta-feira passada, paralisou auditoria iniciada em março na Metasa (Metais do Seridó S.A.), controlada entre 1989 e 1998 pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra -responsável pela substituição do órgão pela Agência de Desenvolvimento do Nordeste. Apesar de já ter recebido R$ 6,6 milhões da Sudene entre 1990 e 2000, a empresa só atingiu 6% da capacidade produtiva prevista no projeto apresentado ao governo. Segundo o plano original, a empresa deveria ter 145 empregados. Em outubro, na última checagem feita pela Sudene, havia 15. A auditoria iniciada em março ainda não foi concluída e está parada. Uma segunda auditoria havia sido determinada em abril, após a publicação de denúncia no ""Jornal de Natal", mas ainda depende da inspeção contábil no empreendimento, localizado em Currais Novos (190 km de Natal). Com o fim da Sudene, a inspeção foi paralisada. Os auditores estão impedidos, como os outros funcionários, de assinar qualquer documento. A extinção deixou os servidores sem função definida no processo de criação da Adene (Agência do Desenvolvimento do Nordeste), que irá substituir a Sudene. "Na realidade, todos estão vindo a Sudene, mas está tudo parado. Ninguém sabe qual atribuição terá na Adene e por isso todos estão proibidos de assinar qualquer ato", afirmou o presidente da Associação dos Servidores da Sudene, José Eleno Silva. Para Bezerra, o fato de as auditorias estarem paradas não significa privilégio à Metasa. Segundo ele, todos os empreendimentos em implantação passarão por análise de viabilidade econômica e contábil. O ministro nega que haja fraude na aplicação dos recursos da Metasa. "O fato de receber incentivo fiscal não é garantia de que um empreendimento tenha que dar certo", afirmou. "Se fosse assim, todo mundo queria." O ministro disse que está sendo vítima de ""denúncias infundadas" que partem de setores que resistem às mudanças. "Estou mudando drasticamente tudo, e há muitas pessoas interessadas em me desestabilizar por isso." Texto Anterior: Recurso para flagelados foi liberado para obra em Natal Próximo Texto: Relatório de CPI deve causar impasse Índice |
|