|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-tucano diz que está "arrependido"
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador José Roberto Arruda
(sem partido-DF) prepara um
memorial para tentar convencer
os senadores de que a pena de cassação é rigorosa demais para puni-lo por seu envolvimento na
violação do painel eletrônico do
Senado. Em entrevista, disse que
está conseguindo retomar seu
"equilíbrio interno" e fez críticas
indiretas ao senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Arruda disse estar ""arrependido". ""Eu não faria igual. Fiz em
nome do então presidente do Senado [ACM" e, se ele agora nega,
nunca mais faria nada em nome
dele. Segundo, eu seria mais cauteloso na consulta à Regina Borges [ex-diretora do Prodasen"."
O foco da defesa de Arruda é a
""desproporção" da pena defendida por boa parte de senadores e
opinião pública (perda do mandato). Ele compara uma eventual
cassação à pena de morte, ""ao
menos política", já que ficaria inelegível por oito anos após 2003.
""Não estamos sendo acusados
de roubar ou de desviar recursos
públicos. No máximo, cometemos uma infração regimental. Se
você quer punir com pena máxima um erro menor, como vai punir um erro maior? É uma questão
de dosimetria da pena. (...) Nos
regimes totalitários é que a pena é
sempre máxima, independentemente do crime", argumentou.
Ele tentou minimizar a impressão da lista com o resultado da votação que cassou Luiz Estevão
(PMDB-DF) com a divulgação de
documentos sigilosos por parlamentares durante uma CPI, por
exemplo. Pela Constituição, a votação de perda de mandato tem
de ser secreta. ""Muitas pessoas
achavam que questões sigilosas
no Congresso eram ungidas pelo
Espírito Santo. E não são."
Arruda apelou para que o fato
de ter confessado sua participação no episódio do painel seja
considerado um atenuante, mesmo tendo feito um discurso anteriormente negando tudo. Ele lembrou que Regina foi elogiada
quando confessou: ""Por que não
mereço esse mesmo louvor?".
Do contrário, segundo ele, a tese
que estaria prevalecendo é que, se
a pessoa mentiu uma vez, tem de
continuar mentindo. Arruda demonstrou confiança num julgamento menos rigoroso. E considerou ""legítimo" que ACM pague
pela divulgação de publicidade
para se defender. ""Antonio Carlos
é mais experiente, tem mais força
política. Acho legítimo que aja assim. Eu não tenho recursos."
Texto Anterior: ACM usará carlistas para esticar processo Próximo Texto: FHC manda liberar emendas para barrar CPI Índice
|