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RUMO A 2002
Atual presidente do partido, senador Teotonio diz que foi fechado acordo em torno do secretário paulista
FHC aceita José Aníbal na chefia do PSDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso deu o aval final anteontem à noite para que o secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento do governo paulista, o deputado federal licenciado José Aníbal, seja eleito o próximo presidente do PSDB.
"O partido chegou ao nome do
José Aníbal por um consenso de
suas principais lideranças", afirmou o atual presidente do partido, o senador Teotonio Vilela Filho (AL). Ele disse ainda que o deputado federal Márcio Fortes (RJ)
continuará como secretário-geral.
Segundo Teotonio, não houve
vetos a Aníbal. Ele negou que
FHC e o ministro da Saúde, José
Serra, tivessem objeção à escolha.
O senador disse que o presidente descartou uma eventual operação de última hora para escolher
outro nome. A convenção tucana
será dia 19. A Folha apurou, porém, que FHC e Serra aceitaram o
secretário paulista depois do crescimento de uma articulação em
que Aníbal obteve o apoio do governador Tasso Jereissati (CE) e
do presidente da Câmara, Aécio
Neves (MG). "Ele tem o apoio dos
governadores e da maioria da
bancada federal", disse Teotonio.
A escolha de Aníbal representará um freio no projeto presidencial de Serra. A idéia não é derrubar o ministro, mas deixar claro
que, se ele quiser ser candidato,
deverá buscar o apoio do partido.
Serra não emplacou o ex-quercista e deputado federal Alberto
Goldman (SP). FHC e o ministro-chefe da Secretaria Geral, Aloysio
Nunes Ferreira, também incentivaram o deputado, mas os tucanos o descartaram pelos vínculos
dele com o quercismo.
Aconteceu ainda uma tentativa
de escolher Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações. Tasso e
FHC preferiam Pimenta, mas o
presidente decidiu que ele não
poderia acumular os postos. Tasso, então, passou a apoiar Aníbal.
A eleição do secretário é uma
tentativa de construir uma nova
cúpula que resgate a imagem original social-democrata e ética do
PSDB, descolando-se do governo
FHC e dos aliados (PMDB e PFL).
Aníbal é um dos poucos tucanos que começaram a carreira no
PT, em 80. Passou pelo PMDB e
aderiu ao PSDB em 90. Como deputado federal em 94, tornou-se
líder do PSDB na Câmara de 95 a
97. Reeleito, licenciou-se para integrar o secretariado de Covas.
O perfil de Aníbal combina com
os planos dos novos cardeais tucanos, como Aécio, de fazer do
PSDB um partido com voz mais
firme em relação ao governo e à
aliança que sustenta FHC.
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