São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2001

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RUMO A 2002

Atual presidente do partido, senador Teotonio diz que foi fechado acordo em torno do secretário paulista

FHC aceita José Aníbal na chefia do PSDB

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso deu o aval final anteontem à noite para que o secretário da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento do governo paulista, o deputado federal licenciado José Aníbal, seja eleito o próximo presidente do PSDB.
"O partido chegou ao nome do José Aníbal por um consenso de suas principais lideranças", afirmou o atual presidente do partido, o senador Teotonio Vilela Filho (AL). Ele disse ainda que o deputado federal Márcio Fortes (RJ) continuará como secretário-geral.
Segundo Teotonio, não houve vetos a Aníbal. Ele negou que FHC e o ministro da Saúde, José Serra, tivessem objeção à escolha.
O senador disse que o presidente descartou uma eventual operação de última hora para escolher outro nome. A convenção tucana será dia 19. A Folha apurou, porém, que FHC e Serra aceitaram o secretário paulista depois do crescimento de uma articulação em que Aníbal obteve o apoio do governador Tasso Jereissati (CE) e do presidente da Câmara, Aécio Neves (MG). "Ele tem o apoio dos governadores e da maioria da bancada federal", disse Teotonio.
A escolha de Aníbal representará um freio no projeto presidencial de Serra. A idéia não é derrubar o ministro, mas deixar claro que, se ele quiser ser candidato, deverá buscar o apoio do partido.
Serra não emplacou o ex-quercista e deputado federal Alberto Goldman (SP). FHC e o ministro-chefe da Secretaria Geral, Aloysio Nunes Ferreira, também incentivaram o deputado, mas os tucanos o descartaram pelos vínculos dele com o quercismo.
Aconteceu ainda uma tentativa de escolher Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações. Tasso e FHC preferiam Pimenta, mas o presidente decidiu que ele não poderia acumular os postos. Tasso, então, passou a apoiar Aníbal.
A eleição do secretário é uma tentativa de construir uma nova cúpula que resgate a imagem original social-democrata e ética do PSDB, descolando-se do governo FHC e dos aliados (PMDB e PFL).
Aníbal é um dos poucos tucanos que começaram a carreira no PT, em 80. Passou pelo PMDB e aderiu ao PSDB em 90. Como deputado federal em 94, tornou-se líder do PSDB na Câmara de 95 a 97. Reeleito, licenciou-se para integrar o secretariado de Covas.
O perfil de Aníbal combina com os planos dos novos cardeais tucanos, como Aécio, de fazer do PSDB um partido com voz mais firme em relação ao governo e à aliança que sustenta FHC.


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