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Estatal promove Itamar, diz oposição
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A estatal mineira Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) gastou, nos últimos dias, R$
800 mil em propaganda nos principais jornais e revistas do país. O
objetivo da peça foi destacar planos do governo do Estado para o
setor de geração de energia.
Sob o mote "Minas está investindo em nove usinas para o Brasil não economizar desenvolvimento", a campanha do governo
de Itamar Franco (PMDB) -virtual candidato à Presidência da
República em 2002- vem quando o governo federal está anunciando racionamento de energia,
devido aos baixos níveis nos reservatórios de água no país.
O anúncio refere-se aos planos
do governo mineiro de construir,
até 2005, mais nove usinas hidrelétricas no Estado, em parceria
com a Cemig e com a iniciativa
privada, o que aumentaria a capacidade de geração de energia da
estatal mineira dos atuais 5.930
mw para 7.990 mw.
Com duas páginas nas revistas e
meia página nos jornais, a propaganda traz, no fundo, a bandeira
nacional. No texto, há frases como: "O governo do Estado e a Cemig dão mais uma demonstração
do compromisso de Minas com o
desenvolvimento nacional" e "Se
tem uma coisa que o Brasil não
pode economizar é desenvolvimento". Além do logotipo da Cemig, há, nos anúncios, o logotipo
do governo mineiro, com o slogan "aqui [em Minas Gerais" se
constrói um país".
O governo mineiro controla a
Cemig -que tem como sócios
minoritários as norte-americanas
AES e Southern Eletric.
A oposição ao governador mineiro já entrou com representação, na Promotoria de Defesa do
Patrimônio Público, pedindo a
abertura de inquérito porque, para os oposicionistas, o anúncio
tem o objetivo de promover a figura do ex-presidente. Segundo o
deputado estadual Amilcar Martins (PSDB), um dos porta-vozes
da oposição, o anúncio tem claro
tom de "campanha eleitoral".
Itamar Franco negou que o
anúncio da Cemig tenha objetivo
eleitoral e, por meio de sua assessoria de imprensa, disse à Agência
Folha que os deputados que o
acusam deveriam propor a instalação de uma CPI.
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