São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2001

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Estatal promove Itamar, diz oposição

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A estatal mineira Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) gastou, nos últimos dias, R$ 800 mil em propaganda nos principais jornais e revistas do país. O objetivo da peça foi destacar planos do governo do Estado para o setor de geração de energia.
Sob o mote "Minas está investindo em nove usinas para o Brasil não economizar desenvolvimento", a campanha do governo de Itamar Franco (PMDB) -virtual candidato à Presidência da República em 2002- vem quando o governo federal está anunciando racionamento de energia, devido aos baixos níveis nos reservatórios de água no país.
O anúncio refere-se aos planos do governo mineiro de construir, até 2005, mais nove usinas hidrelétricas no Estado, em parceria com a Cemig e com a iniciativa privada, o que aumentaria a capacidade de geração de energia da estatal mineira dos atuais 5.930 mw para 7.990 mw.
Com duas páginas nas revistas e meia página nos jornais, a propaganda traz, no fundo, a bandeira nacional. No texto, há frases como: "O governo do Estado e a Cemig dão mais uma demonstração do compromisso de Minas com o desenvolvimento nacional" e "Se tem uma coisa que o Brasil não pode economizar é desenvolvimento". Além do logotipo da Cemig, há, nos anúncios, o logotipo do governo mineiro, com o slogan "aqui [em Minas Gerais" se constrói um país".
O governo mineiro controla a Cemig -que tem como sócios minoritários as norte-americanas AES e Southern Eletric.
A oposição ao governador mineiro já entrou com representação, na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, pedindo a abertura de inquérito porque, para os oposicionistas, o anúncio tem o objetivo de promover a figura do ex-presidente. Segundo o deputado estadual Amilcar Martins (PSDB), um dos porta-vozes da oposição, o anúncio tem claro tom de "campanha eleitoral".
Itamar Franco negou que o anúncio da Cemig tenha objetivo eleitoral e, por meio de sua assessoria de imprensa, disse à Agência Folha que os deputados que o acusam deveriam propor a instalação de uma CPI.


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