São Paulo, domingo, 08 de maio de 2005

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Ministro do Planejamento criou programas em MS

DA REPORTAGEM LOCAL

O atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT-PR), é o pai da idéia de transformação de doação aos fundos em crédito do ICMS. De janeiro de 1999 a dezembro de 2000, Paulo Bernardo foi o secretário de Fazenda de Mato Grosso do Sul.
Governado pelo petista José Orcírio, o Zeca do PT, o Estado é apontado como o primeiro a recorrer à transformação de doação aos fundos em crédito do ICMS.
Segundo o secretário da Receita do Estado, Gladstom Amorim, os fundos são criação do atual ministro. "Foi durante a gestão dele. Ele acha os programas excelentes. Ele foi o criador", diz Gladstom.
Ainda segundo ele, "durante a discussão da reforma tributária, ele [Paulo Bernardo] apoiou as emendas para constitucionalizar esses fundos".
Em Mato Grosso do Sul, foram instituídos dois fundos na gestão de Paulo Bernardo: o de Investimento Social (FIS) e Fundesul. Para composição do FIS, explica, o Estado define o valor necessário para os programas sociais e quais empresas destinarão o ICMS devido ao fundo. A média mensal de captação é de R$ 12,5 milhões. E a primeira-dama do Estado, Gilda, administra o FIS. Os municípios têm direito à 25% dos cerca de R$ 150 milhões anualmente arrecadados pelo FIS, desde que aplicados em programas sociais.
No Fundesul, o setor de agropecuária paga uma cota por produto comercializado -como na saída do boi para o frigorífico- para manter um benefício fiscal nas operações internas. "É uma contribuição voluntária, mas, se ele não doa ao Fundesul, ele encerra o diferimento e paga o ICMS normal", diz Gladstom. Outra fonte é parte do ICMS sobre combustível.
Segundo Gladstom, não há partilha de recursos com municípios, nem pagamento da dívida com a União. Nos dois casos, o Estado escapa da vinculação da receita para saúde e educação. Na opinião de Gladstom, "não teria por que a União achar inconveniente [a desvinculação de receita]". Porque "ela adota esse procedimento".


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