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QUESTÃO INDÍGENA
Falta de comida adia alta médica de crianças
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Vinte e seis das 34 crianças indígenas (cerca de 76%) menores de
cinco anos internadas no Centrinho (Centro de Recuperação de
Desnutrição), em Dourados
(MS), atingiram o peso normal
após média de dois meses de tratamento. As crianças, porém, não
receberam alta médica porque a
fome continua nas aldeias. Os índios dependem da distribuição de
cestas básicas do governo federal.
Neste ano, ao menos 15 crianças
da etnia guarani-caiuá morreram
devido à desnutrição nas aldeias
do sul de Mato Grosso do Sul.
O coordenador da área de saúde
indígena da Funasa (Fundação
Nacional de Saúde) em Dourados
(218 km de Campo Grande), Antônio Costa, disse que antes do regresso das crianças será dada assistência à família, o que inclui reforço na distribuição de alimentos, implantação de rede de saneamento, orientação para as
mães e reforma das casas, geralmente cobertas por sapé e feita
com pedaços de madeira.
A Funasa, em parceira com a
Funai (Fundação Nacional do Índio) e o Ministério de Desenvolvimento Social, distribui duas cestas de alimentos por mês a famílias que têm ou tiveram crianças
desnutridas. Segundo o órgão, há
um estoque de cerca de 30 toneladas de alimentos para ser embalado e transformado em 1.200 cestas. Costa diz que não há atraso na
distribuição de comida. A última
entrega foi realizada no dia 19.
Neste ano, 38 índios guaranis-caiuás menores de cinco anos
morreram, ao menos 15 devido à
desnutrição. Outras causas são
diarréia, desidratação e pneumonia. O número de mortes pela fome já é igual ao verificado durante
todo o ano passado. No entanto, o
diretor nacional de Saúde Indígena, Alexandre Padilha, argumenta que, no ano anterior, os 15 óbitos foram causados diretamente
pela desnutrição, enquanto que
neste ano apenas dois ocorreram
dessa forma.
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