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JUVENTUDE ENCARCERADA
Alckmin anuncia que presidente da Febem só vai ficar até o dia 2
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio a uma crise grave na
Febem (Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor) de São
Paulo, o presidente da instituição,
Alexandre de Moraes (PFL), já
tem data certa para deixar o cargo: dia 2 de junho. O anúncio foi
feito ontem pela manhã pelo governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB).
Moraes, que acumula a Secretaria Estadual da Justiça e Defesa da
Cidadania, foi indicado pela Câmara dos Deputados na última
quinta-feira para o Conselho Nacional de Justiça, órgão recém-criado para fiscalizar o Poder Judiciário. Ele deve assumir a nova
função no próximo dia 2.
A sua saída do governo paulista
foi decidida numa reunião anteontem entre o secretário e o governador. Apesar disso, em entrevista coletiva no mesmo dia, Moraes insistiu em negar que a questão já estivesse resolvida e disse
que a decisão ficaria para o final
do mês, depois de ele passar por
uma sabatina no Senado.
A justificativa dada pelo governador foi a de que não é recomensem dizer que deixaria o cargo,
Moraes disse que o acúmulo não
seria incompatível nem imoral
-se ficasse na presidência da Febem, ele iria fiscalizar, como conselheiro, o Poder Judiciário que,
por sua vez, fiscaliza a atuação da
fundação.
Alckmin disse que ainda não escolheu um novo nome para a secretaria e afirmou apenas que o
próximo secretário não irá acumular a função de presidente da
Febem.
O secretário vai deixar o cargo
em meio a uma crise na Febem,
que registrou 24 rebeliões só nos
primeiros cinco meses deste ano,
contra 28 em 2004. O número de
fugitivos também é recorde: 987
internos escaparam das unidades
da Febem em 2005 contra 933 em
todo o ano passado.
A gestão de Moraes na presidência da Febem, que iniciou em
agosto de 2004, também enfrentou denúncias de descontrole. Foi
na gestão dele que a fundação registrou o primeiro caso confirmado de estupro. O descontrole, segundo o Ministério Público, ocorreu depois da demissão em massa
de 1.751 funcionários em fevereiro
deste ano com o objetivo de se livrar dos chamados espancadores.
Segundo os promotores, os novos
funcionários eram inexperientes,
o que fez com que muitos internos tomassem o controle das unidades.
Alckmin também anunciou ontem, durante um evento no Hospital Vila Alpina, na zona leste de
São Paulo, que será acelerado o
processo de regionalização da Febem com o anúncio, na próxima
semana, das 25 primeiras unidades. O governo também promete
implantar um novo projeto pedagógico para a fundação.
Ontem, a reportagem entrou
em contato com a assessoria de
Alexandre de Moraes, que não retornou as ligações.
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