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Megaprojeto feito no Reino Unido
ameaça o cargo de dois ministros
RICARDO GRINBAUM
de Londres
O gasto do Brasil em Hannover
é fichinha perto do prejuízo sofrido pelo Reino Unido com o megaprojeto "Millennium Dome",
que já derrubou executivos e
ameaça dois ministros.
A construção, em Greenwich,
lembra a clássica imagem de um
disco voador. Dentro do prédio, o
governo britânico queria criar
uma espécie de parque de diversões e centro de espetáculos, para
ser vanguarda no novo milênio.
O Millennium Dome é dividido
em 14 zonas, cada uma tratando
de um aspecto da vida humana. O
projeto custou cerca de R$ 1,5 bilhão e foi inaugurado com pompa. Mas não caiu nas graças do
público nem da realeza. O príncipe Charles considerou o projeto
uma "monstruosidade".
O problema é que as atrações
são fracas, e as poucas áreas de interesse ficam superlotadas. Como
o preço do ingresso é alto, a expectativa de público rapidamente
se frustrou, derrubando a previsão de visitantes de 12 milhões para sete milhões por ano.
O projeto virou centro de polêmica no Reino Unido. Já foram
feitos dois aportes financeiros,
que somaram R$ 270 milhões arrecadados pelas loterias federais.
O último -R$ 100 milhões no
mês passado- detonou pedidos
de fechamento do projeto.
Mais de 40 deputados do Partido Trabalhista (governo) assinaram um documento pedindo investigação sobre os gastos no Millennium Dome. Dois ministros,
Chris Smith e Lord Falconer, estão na mira dos críticos.
O ex-presidente da empresa que
administra o Dome, Bob Ayling,
ex-executivo da British Airways,
já caiu. O novo presidente, David
Quarmby, diz que consertará o
projeto. De acordo com o governo, essa é a última chance. Caso
contrário, a grande vitrine ganhará funções mais modestas.
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