São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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Megaprojeto feito no Reino Unido ameaça o cargo de dois ministros

RICARDO GRINBAUM
de Londres

O gasto do Brasil em Hannover é fichinha perto do prejuízo sofrido pelo Reino Unido com o megaprojeto "Millennium Dome", que já derrubou executivos e ameaça dois ministros.
A construção, em Greenwich, lembra a clássica imagem de um disco voador. Dentro do prédio, o governo britânico queria criar uma espécie de parque de diversões e centro de espetáculos, para ser vanguarda no novo milênio.
O Millennium Dome é dividido em 14 zonas, cada uma tratando de um aspecto da vida humana. O projeto custou cerca de R$ 1,5 bilhão e foi inaugurado com pompa. Mas não caiu nas graças do público nem da realeza. O príncipe Charles considerou o projeto uma "monstruosidade".
O problema é que as atrações são fracas, e as poucas áreas de interesse ficam superlotadas. Como o preço do ingresso é alto, a expectativa de público rapidamente se frustrou, derrubando a previsão de visitantes de 12 milhões para sete milhões por ano.
O projeto virou centro de polêmica no Reino Unido. Já foram feitos dois aportes financeiros, que somaram R$ 270 milhões arrecadados pelas loterias federais. O último -R$ 100 milhões no mês passado- detonou pedidos de fechamento do projeto.
Mais de 40 deputados do Partido Trabalhista (governo) assinaram um documento pedindo investigação sobre os gastos no Millennium Dome. Dois ministros, Chris Smith e Lord Falconer, estão na mira dos críticos.
O ex-presidente da empresa que administra o Dome, Bob Ayling, ex-executivo da British Airways, já caiu. O novo presidente, David Quarmby, diz que consertará o projeto. De acordo com o governo, essa é a última chance. Caso contrário, a grande vitrine ganhará funções mais modestas.


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