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FUNCIONALISMO
Salário máximo de R$ 11.500 não incluirá gratificação e anuênio
Comissão exclui vantagens pessoais de teto do servidor
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A comissão especial da Câmara
aprovou ontem uma mudança no
projeto que fixa o teto salarial do
serviço público que, na prática,
vai inviabilizar a limitação dos
vencimentos dos servidores a R$
11.500. Todas as vantagens pessoais foram excluídas do teto e estão liberadas.
Entre as vantagens pessoais estão gratificações por exercício de
função e anuênios (o servidor ganha 1% sobre o salário por ano
trabalhado).
Somente de anuênios, os servidores poderão ganhar até 35% a
mais do que o teto salarial.
O projeto de emenda constitucional, além de fixar o teto salarial
dos servidores públicos, permite
que os Estados, o Distrito Federal
e os municípios definam subtetos.
A proposta foi enviada ao Congresso depois de acordo do governo federal com os governadores
para reduzir gastos públicos.
O texto aprovado na comissão
tem outras brechas. Permite que
parlamentares e ocupantes de
cargos de confiança acumulem
aposentadoria e salário da atividade até o limite de R$ 23 mil, o
chamado "teto dúplex". Os governistas pretendem acabar com o
"texto dúplex" no plenário.
A comissão manteve o dispositivo que autoriza o aumento automático dos salários dos parlamentares. Assim que a proposta
for promulgada pelo Congresso,
deputados e senadores, que ganham R$ 8.000, passarão a ganhar
R$ 11.500.
Os servidores estaduais ou municipais com vencimentos dentro
do limite nacional não terão seus
salários reduzidos pelo subteto
dos Estados e municípios.
A proposta dos governadores
era limitar os salários dos servidores públicos e as aposentadorias.
Pelo texto, servidores públicos
estaduais e municipais, ativos e
inativos, poderão ganhar mais do
que o subteto desde que seus vencimentos não excedam o teto nacional de R$ 11.500
O governo foi derrotado por deputados da própria base aliada do
presidente Fernando Henrique
Cardoso. A alteração foi proposta
pelo deputado governista Celso
Giglio (PTB-SP).
Os seis deputados do PFL não
compareceram à reunião, e um
deputado do PMDB -Jorge Alberto, de Sergipe- e dois do
PSDB -Antonio Carlos Pannunzio, de São Paulo, e Helenildo Ribeiro, de Alagoas- votaram a favor da alteração.
Foram 11 votos a favor da mudança e 8 contra. A oposição votou a favor da alteração do texto
do relator, deputado Vicente Arruda (PSDB-CE).
"A nossa interpretação é que o
texto do relator permitia um teto
maior", afirmou o deputado Fernando Marroni (PT-RS).
O líder do governo na Câmara,
Arnaldo Madeira (PSDB-SP), cobrou explicações do presidente da
comissão especial, Gastão Vieira
(PMDB-MA).
"O acordo era não mexer no
texto. Isso é o fim da picada. Acaba com o teto", disse Madeira, dirigindo-se a Vieira.
O presidente da comissão jogou
a responsabilidade para os líderes
governistas. "A culpa é do governo. Ninguém mobilizou a base
para votar a proposta", disse . "Fizemos uma reunião com todos os
líderes partidários (da base). Eu
não posso mobilizar pelos líderes", afirmou Madeira.
Há 20 dias, os líderes governistas se reuniram no Palácio do Planalto e acertaram que o texto seria
votado na comissão sem alterações. As mudanças seriam negociadas na votação em plenário.
Com a decisão de ontem, os governistas tentarão retomar o texto
do relator no plenário. "Nós não
vamos aprovar isso", disse o deputado Roberto Brant (PFL-MG).
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