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JUSTIÇA
Supremo pode restringir ação
Atuação de promotor é defendida por juízes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Juízes de varas federais especializadas no julgamento de crimes
relacionados à lavagem de dinheiro, reunidos ontem em Brasília,
disseram que o combate desse tipo de delito ficará prejudicado se
o STF (Supremo Tribunal Federal) negar ao Ministério Público a
possibilidade de conduzir investigações criminais. "A atuação do
Ministério Público em conjunto
com a polícia tem sido essencial
nessa área. Há uma espécie de organização criminosa com alto poder de corrupção e de intimidação, que tem conexão funcional
com o poder público ou político",
disse o ministro do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) Gilson Dipp,
que coordenou a reunião.
Hoje existem 13 varas especializadas no combate à lavagem de
dinheiro. As primeiras foram
criadas em março de 2003. São
Paulo deverá instalar a sua primeira no segundo semestre deste
ano. A preocupação com a perda
do poder de atuação do Ministério Público foi manifestada por
todos os cinco juízes presentes,
um de cada região administrativa
da Justiça Federal, e pelo ministro
Dipp, coordenador-geral do Conselho da Justiça Federal. O objetivo do encontro era discutir questões burocráticas.
Em agosto, o plenário do STF
decidirá a questão. Dos 11 ministros, 2 já votaram contra o poder
de atuação de procuradores e
promotores, dizendo que a Constituição não dá autonomia ao Ministério Público para apurações
na área criminal. São eles Marco
Aurélio de Mello e o presidente do
tribunal, Nelson Jobim.
O caso em julgamento no STF
se refere a uma apuração feita por
procuradores da República contra o deputado Remi Trinta (PL-MA) por suspeita de desvio de dinheiro do SUS.
A tendência é que a maioria dos
ministros negue a procuradores e
promotores a possibilidade de
conduzir investigações criminais,
por conta própria. Basta que haja
seis votos nesse sentido. Até agora, quatro já se manifestaram dessa forma.
(SILVANA DE FREITAS)
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