São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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Governadora petista recebe nota 4,4

DA SUCURSAL DO RIO

A administração da governadora Benedita da Silva (PT) recebeu nota 4,4 dos entrevistados ouvidos pelo Datafolha. O governo da petista, no cargo há pouco mais de três meses, é considerado ruim ou péssimo por 38% dos fluminenses. Outros 38% acham regular o desempenho de Benedita no Rio de Janeiro. Os que acham a gestão da governadora ótima ou boa somam 18%.
Os índices de reprovação ao governo estão entre os entrevistados mais jovens (de 16 a 34 anos), com 42%, entre os residentes na região metropolitana (41%) e entre os que têm o 2º grau completo (41%). A administração Benedita também é rejeitada pelos eleitores com renda familiar de cinco a dez salários mínimos (41%)
Quase metade dos entrevistados que ganham mais de dez salários mínimos (45%) avalia como regular a administração petista, enquanto o índice mais alto de aprovação a Benedita está entre os entrevistados do interior do Estado (22%).
Benedita herdou do antecessor, o candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, um Rio de Janeiro conflagrado, com índices alarmantes de violência e com centenas de favelas e conjuntos habitacionais tomados pelo narcotráfico.
Desde a posse, em 6 de abril, Benedita viu fracassar sua política de segurança, a ponto de ter que pedir ajuda operacional e financeira ao governo federal.
O Ministério da Justiça anunciou a liberação de R$ 11,6 milhões para o combate ao narcotráfico e para o treinamento de policiais. A medida mais forte foi a criação de uma força-tarefa contra a criminalidade, que, sob o comando da PF (Polícia Federal), reúne as Forças Armadas, as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal e até a Receita Federal.
Na gestão de Benedita, pelo menos três episódios policiais chocaram o país: o assassinato do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, em 2 de junho, na favela da Grota (zona norte), e os ataques de criminosos com fuzis e granadas às sedes da Prefeitura do Rio e da Secretaria Estadual de Direitos Humanos.
Benedita assumiu o cargo em meio a uma briga de números com Garotinho. Ela acusou o ex-aliado de deixar um déficit orçamentário, até o fim do ano, de R$ 1,3 bilhão. Garotinho negou, dizendo que havia R$ 736 milhões em caixa quando passou o Estado ao PT.
Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, Benedita cortou R$ 842 mil mensais da folha de pagamento, relativos a reajustes salariais de 1.580 servidores, concedidos por Garotinho.
Um demonstrativo das contas do Estado referente ao primeiro quadrimestre do ano, publicado no "Diário Oficial" de 31 de maio, mostrou que as despesas cresceram 28% em relação ao mesmo período de 2002, enquanto a receita tributária só aumentou 3,4%.
Também no quadrimestre, o superávit primário do Estado (diferença entre receita e despesas, excetuando juros) caiu 94% -de R$ 1,2 bilhão, em 2001, para R$ 77 milhões, em 2002. (ST)


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