São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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007 FEDERAL

Local, no Planalto, abriga aparelho que dá segurança a todo o sistema bancário-financeiro do país

Governo inaugura sala-cofre no palácio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em tempos de arapongas bisbilhotando a vida de altas autoridades do governo, o Palácio do Planalto inaugurará, daqui a dez dias, uma sala-cofre secreta.
O local fica escondido no anexo 3 do palácio. Visto de fora, parece mais um setor administrativo. Mas, após passar por seis níveis de segurança, chega-se à sala-cofre. Lá está um pequeno hardware criptográfico (HSM), do tamanho de um videocassete, onde fica a chave-privada da ICP-Brasil, a auditora do sistema nacional de certificação digital.
Só é possível chegar ao computador após passar por dois guardas armados, 16 câmeras de vídeo e identificações -cartão magnético, digitais e íris.
É esse aparelho que dá segurança ao sistema bancário-financeiro, ao comércio eletrônico e às transações das pessoas com os bancos, por exemplo. Permite que as assinaturas eletrônicas do presidente, ministros e secretários-executivos tenham validade jurídica.
Para entrar no ar, o sistema de pagamentos brasileiro tem de ler, a cada 28 dias, a LCR (Lista de Certificados Revogados), que é emitida por esse computador.
Apenas cinco pessoas em todo o país podem ativar a máquina, o que só ocorre na presença de, pelo menos, três delas. São quatro civis e um militar. Os corredores de acesso à sala-cofre, no nível seis de segurança, lembram filmes do agente 007. Os computadores monitoram até a movimentação das pessoas por meio da temperatura nos ambientes.
A sala-cofre agüentaria o impacto de um choque como o de 11 de setembro nas torres gêmeas de Nova York e temperaturas de até 1.000 graus, por duas horas, segundo a gerente do local, Clarissa Pinto da Luz. Além dela, trabalham lá mais quatro pessoas. "As pessoas usam, mas não sabem da existência", disse o diretor-presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), Sérgio Amadeu.
Antes, esse computador ficava no Rio de Janeiro. Em Brasília, o local começou a ser formulado em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso. O custo é de cerca R$ 4 milhões.
"É uma coisa tão singela e na qual está pendurado o sistema de pagamento e "work-flow" do governo federal. É como se guardássemos toneladas de ouro aí", disse Renato da Silveira Martini, diretor de Infra-Estrutura de Chaves Públicas.
(JULIA DUAILIBI)

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