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ANISTIA
Advogado de Cabo Anselmo rebate dúvida de Tarso Genro
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado de José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, rebateu os questionamentos do ministro Tarso
Genro (Justiça), sobre o direito do ex-marujo à anistia.
Anselmo pede, na Comissão
de Anistia, reparação econômica por perdas durante a
ditadura (1964-1985).
Tarso afirmou terça-feira
ter dúvidas sobre a real perseguição sofrida por Anselmo. Para ele, existiam indícios de que o ex-marinheiro
era, à época da rebelião que
precipitou a queda do governo João Goulart, "agente infiltrado dos golpistas".
Por meio de carta enviada
à Folha, o advogado Luciano
Blandy afirma que o argumento do ministro "não se
sustenta". "A unanimidade
dos historiadores sérios
afasta de forma peremptória
esta hipótese [de que Anselmo era agente]", diz.
O advogado pede que Tarso "localize e apresente documentação" para respaldar
as afirmações. No caso de
Anselmo ter atuado como
agente, Blandy diz que seu
cliente teria direito aos vencimentos "dos últimos 38
anos" e poderia requisitar
aposentadoria.
Tarso disse falar "em tese", por desconhecer detalhes do processo.
Líder da revolta dos marinheiros em 64, Anselmo
atuou em várias organizações da esquerda armada,
que ele próprio ajudou a destruir depois como informante do Dops (Departamento
de Ordem Política e Social),
em São Paulo.
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