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São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998
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Texto Anterior | Próximo Texto | Índice SÃO PAULO Para pedetista, presidenciável impediu coligação PDT-PT no Estado Rossi critica Lula e diz que não pede voto para o petista
RICARDO GALHARDO enviado especial a Monte Aprazível O candidato ao governo paulista Francisco Rossi (PDT) disse ontem que não fará campanha para o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seus comícios e programas eleitorais gratuitos. "Meu tempo na TV é tão curto que não é suficiente nem para fazer a minha própria campanha. O Lula tem a candidata dele (Marta Suplicy, do PT) e eu tenho que cuidar da minha vida. Além disso, não terei palanque para o Lula subir", afirmou. O PDT de Rossi, líder nas pesquisas em São Paulo, faz parte da coligação nacional que apóia a candidatura de Lula à Presidência. Rossi atribuiu a Lula o fato de o PT ter optado por uma candidatura ao governo paulista em vez de uma chapa encabeçada pelo PDT. "Já tínhamos acertado uma coligação, na qual o PT indicaria meu vice. Mas o Lula inventou e incentivou a candidatura da Marta. Agora, quem pariu Mateus que o embale", disse o pedetista. Segundo ele, com a candidatura de Marta "ficou difícil" tentar puxar votos para Lula. As afirmações foram feitas durante a viagem de Rossi à região de São José do Rio Preto (noroeste paulista), onde se encontrou com lideranças de outros partidos, principalmente do PFL, em evento promovido por Régis de Oliveira, vice-prefeito de São Paulo, com auxílio ao ex-postulante à vaga para o Senado da chapa de Paulo Maluf (PPB), Antonio Cabrera. Cerca de 30 lideranças pefelistas, entre as quais 12 prefeitos, declararam apoio ao Rossi durante o encontro, em Monte Aprazível (475 km a noroeste de São Paulo). Oliveira, vice do pepebista Celso Pitta, formalizou sua adesão a Rossi, contrariando a decisão da convenção do PFL que aprovou o apoio do partido a Maluf. Rossi afirmou que não negociou o apoio dos pefelistas em troca de cargos em um eventual governo, mas incluiu a possibilidade de ter Cabrera e Oliveira em sua administração caso vença a eleição. "São grandes quadros nacionais que não podemos desprezar." Os dois pefelistas rebeldes também vão integrar o conselho político da campanha de Rossi. O conselho, presidido pelo coordenador de campanha Fernando Fantauzzi, será o embrião da equipe de governo caso o pedetista seja eleito. Além disso, o conselho serve como mecanismo para acomodar dissidentes de outros partidos que eventualmente venham a aderir à candidatura do PDT. Uso da máquina O vice-prefeito de Tanabi (480 km a noroeste de São Paulo), Florindo Galvani (PDT), usou um carro da prefeitura da sua cidade para ir ao ato de apoio à candidatura de Rossi em Monte Aprazível. Galvani se defendeu alegando que foi à cidade para tratar de um assunto de interesse de Tanabi e aproveitou para "dar uma passadinha" na festa política de Rossi. "Vim ver o negócio de um ônibus da prefeitura que vou consertar aqui. Dei uma passadinha na festa, mas só fiquei 20 minutos." A Folha, porém, flagrou a caminhonete branca Chevrolet placas GL-8604, de Tanabi, estacionada perto do local do encontro durante pelo menos 90 minutos. A presença de Galvani foi anunciada pelo mestre-de-cerimônias e o vice-prefeito foi o último a sair do encontro. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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