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PERSONAGENS
Pensão dará fôlego extra a
orçamento de dona-de-casa
da Sucursal do Rio
Algumas mulheres já começaram a dar entrada na documentação necessária para obter a
pensão de seus pais, que combateram na Segunda Guerra Mundial. Grande parte das beneficiadas são pessoas que não contavam com uma ajuda extra no
apertado orçamento doméstico.
"Vai me ajudar muito. Não tenho mais idade para bater perna
por aí", diz a dona-de-casa Zulmira da Motta Azevedo, 63, que
vive em Olaria (zona norte do
Rio). O pai de Zulmira morreu
em 1973, e a mãe, em 1994.
Devido à lei nº 8.059, de 1990,
ela não pôde herdar a pensão da
mãe, por ser casada e maior de
idade. Casada com um PM aposentado, mãe de cinco filhos e
avó de três crianças, Zulmira
mal se lembra da ida do pai à
guerra. Recorda-se apenas do
esforço da mãe, que sempre costurou e lavou roupa para fora
para manter os quatro filhos.
A mãe de Marlene Oliveira de
Sousa, 61, também morreu em
1994, e seu pai, que foi enviado à
guerra pela Marinha, em 1978.
Marlene é filha única e nunca
contou com a pensão que a mãe
recebia. Agora, mal pode esperar para ter o dinheiro -seu
marido está desempregado.
Toda a família de Marlene veio
de Pernambuco em 1945, último
ano da guerra. Seu pai cuidava
da alimentação de um navio que
foi torpedeado por um submarino. "Ele foi salvo pelos americanos. Escapou por um milagre."
O caso de Nádia Suely Dornelles, 41, é mais complicado. Filha
de um relacionamento extraconjugal de um ex-combatente,
ela terá que recorrer à Justiça para receber a pensão.
(IC)
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