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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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Governistas vêem "exagero"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva repercutiu bastante no Congresso. A oposição criticou a gafe do presidente, que foi defendido pelo presidente do PT, José Genoino. "O presidente tem tanta sensibilidade, [é] tão espontâneo e tem demonstrado tanta generosidade nessa viagem à África, que essa dúvida não sei responder", disse ao ser indagado sobre o significado da frase.
Um dos vice-líderes do governo federal, deputado federal Beto Albuquerque (PSB), disse estar havendo um certo "exagero". "No improviso, às vezes, um enfoque que se dá pode dar margem a outro tipo de interpretação", afirmou Albuquerque.
Já para o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), a afirmação foi "preconceituosa". "Se a tese de Lula fosse correta, quando chegasse à África do Sul teria que elogiar o apartheid, porque esse é o país mais rico do continente, mas o mais desigual", disse ele, em referência ao regime que oficializou a segregação racial.
O líder do PFL na Casa, José Carlos Aleluia (BA), disse que "falar demais é como brincar com fogo". Segundo ele, "os preconceitos afloram no improviso."
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), disse que "para se sair com uma destas no final seria melhor que o presidente não tivesse feito a viagem à África".
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) aproveitou para dizer que as viagens do presidente ao exterior devem ser diminuídas. "Os erros cometidos no estrangeiro ficam mais destacados. O presidente ofendeu o povo do continente africano."
Já na avaliação do senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, "o presidente demonstra inadequação quando está no exterior".


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