São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000 |
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Abin tem mais 2 suspeitos de tortura DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Mais dois funcionários da Abin (Agência Brasileira de Informação) são suspeitos de ter participado de sessões de tortura durante o regime militar. A informação é da senadora Heloisa Helena (AL) e do deputado Aloizio Mercadante (SP), líderes do PT no Senado e na Câmara, que fazem parte da Comissão de Controle Externo da Abin e participaram de reunião com o general Alberto Cardoso, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e gerentes e coordenadores da agência. Eles foram informados das suspeitas sobre os dois funcionários no encontro. O nome de um dos servidores é citado no livro "Brasil: Nunca Mais", acusado de participar de torturas. Ele foi apontado após um cruzamento da lista de funcionários da Abin e a relação que é apresentada no livro. O outro caso foi descoberto depois de investigações da própria agência. Os nomes dos funcionários não foram revelados. A agência abriu sindicância para apurar os dois casos. Ela tem 30 dias, a partir da última segunda-feira, para concluir seus trabalhos. Se confirmadas as suspeitas, os servidores serão afastados. Na semana passada, o ex-tenente Carlos Alberto Del Menezzi foi identificado como acusado de participar de casos de tortura. A descoberta causou a demissão de Ariel de Cunto, que era diretor-geral da Abin. Os parlamentares não conseguiram obter a lista de funcionários da agência que haviam pleiteado. Segundo Heloisa Helena, a Abin alegou que ela não seria fornecida para "garantir a tranquilidade" dos servidores. Na reunião, os diretores da Abin disseram aos parlamentares que a agência acompanha movimentos sociais para saber "quais são as reivindicações, a eficácia das políticas públicas e a natureza dos conflitos", definiu Mercadante. Heloisa Helena afirmou que os responsáveis pela agência negaram utilizar métodos sigilosos. O Greenpeace, uma das maiores organizações não-governamentais ambientalistas do mundo, vai entrar na Justiça com pedido de habeas data para que sejam disponibilizados os registros que a Agência Brasileira de Inteligência tem sobre a organização. O habeas data é a garantia constitucional que assegura o acesso a banco de dados e a retificação de informações registradas por entidades governamentais. Em depoimento na última terça-feira ao Ministério Público Federal, o ex-diretor-geral da Abin Ariel de Cunto afirmou que a agência "tem interesse em organizações ambientais, como o Greenpeace, bem como qualquer organização que possa vir a influenciar na segurança nacional". Texto Anterior: Pesquisadora critica programa Próximo Texto: Denúncias não abalam, diz general Índice |
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