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Planalto já prepara o novo decreto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto finaliza o
texto de um decreto do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva para revogar outro assinado por Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), editado em dezembro de
2002 e que criou novas regras para a divulgação de documentos sigilosos do governo.
Com o texto de Lula, deve voltar
a valer o decreto anterior, de 1997,
de prazos mais brandos.
Em reunião no início da noite
de ontem, os ministros da Defesa,
vice-presidente José Alencar, e da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
chegaram a cogitar a publicação
do decreto na edição de hoje do
"Diário Oficial" da União, mas a
hipótese foi descartada. É preciso
ainda fechar alguns detalhes, o
que deve ocorrer hoje.
A minuta do novo decreto já está pronta. Ele revoga o 4.553, de
FHC, que aumentou o prazo de sigilo para documentos classificados para dez anos (reservados),
20 anos (confidenciais), 30 anos
(secretos) e 50 anos (ultra-secretos). O texto do ex-presidente
permite, ainda, que o prazo seja
renovado por tempo indeterminado, em alguns casos, para os
documentos ultra-secretos.
O decreto que vigia antes, também assinado por FHC em 1997,
estabelecia prazo de cinco anos
(reservados), dez anos (confidenciais), 20 anos (secretos) e ultra-secretos (30 anos). A principal diferença é que o prazo só poderia
ser renovado uma única vez, para
todos os tipos de sigilo.
O presidente Lula foi criticado
no início de sua gestão por não ter
revogado o decreto de FHC.
A decisão agora se justifica pela
necessidade de apresentar à Justiça Federal documentos sobre a
guerrilha do Araguaia.
Também é de interesse do governo federal, cujo primeiro escalão é composto por diversos militantes de esquerda contrários à
ditadura (1964-1985), que venham a público os documentos
de repressão política produzidos
pelo regime militar.
Comissão
Ontem, Lula determinou a formação de uma comissão composta por quatro órgãos do Executivo
para acompanhar a decisão da
Justiça de abrir os arquivos da
guerrilha do Araguaia.
Anteontem, o Tribunal Regional Federal negou recurso da Advocacia Geral da União e manteve
decisão de primeira instância, que
obriga o governo a divulgar documentos sobre a guerrilha e a localizar ossadas.
Amanhã deve acontecer uma
reunião entre os integrantes do
grupo, para acertar os primeiros
detalhes sobre o processo de abertura. Fazem parte da comissão a
Advocacia Geral da União, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência, a Casa Civil e o Ministério da Justiça.
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