São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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BRASIL PROFUNDO

Fazendeiro está desaparecido há 15 dias

Inspeção encontra 20 em regime de escravidão em fazenda perto do Rio

RENATA VICTAL
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação civil pública contra o fazendeiro Pedro Pitta Neto, acusado de manter pelo menos 20 trabalhadores em regime de escravidão na fazenda Gavião, em Cantagalo (a 180 km do Rio, na região serrana).
Na última sexta, durante uma blitz na fazenda, o Ministério Público e policiais militares constataram que os trabalhadores vivem em condições precárias e recebem menos de um salário mínimo.
Segundo o procurador Wilson Prudente, alguns dos alojamentos não possuem janelas e têm telhas quebradas. Sem água potável e energia, os trabalhadores comem sobras de alimentos.
Segundo Prudente, os trabalhadores continuaram na fazenda mesmo depois da blitz, porque não tinham para onde ir.
O fazendeiro está desaparecido há 15 dias. Ele já responde a uma ação criminal sob acusação de maus-tratos aos trabalhadores. Nessa ação foi concedido o mandado de busca na fazenda. Agora Prudente entrou com a ação civil pública, solicitando o seqüestro dos bens de Pitta Neto e pedindo a relação de quem trabalhou na fazenda nos últimos dois anos, com quitação dos créditos trabalhistas.
Na nova ação, o procurador pede uma indenização por danos morais genéricos no valor de R$ 3 milhões, a serem revertidos para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). O pedido já foi encaminhado à Justiça Federal.
O procurador espera receber denúncias anônimas para chegar ao fazendeiro. O telefone do Ministério Público é 0/xx/21/3212-2000.



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