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BRASIL PROFUNDO
Fazendeiro está desaparecido há 15 dias
Inspeção encontra 20 em regime de escravidão em fazenda perto do Rio
RENATA VICTAL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação civil pública contra o fazendeiro Pedro
Pitta Neto, acusado de manter pelo menos 20 trabalhadores em regime de escravidão na fazenda
Gavião, em Cantagalo (a 180 km
do Rio, na região serrana).
Na última sexta, durante uma
blitz na fazenda, o Ministério Público e policiais militares constataram que os trabalhadores vivem
em condições precárias e recebem
menos de um salário mínimo.
Segundo o procurador Wilson
Prudente, alguns dos alojamentos
não possuem janelas e têm telhas
quebradas. Sem água potável e
energia, os trabalhadores comem
sobras de alimentos.
Segundo Prudente, os trabalhadores continuaram na fazenda
mesmo depois da blitz, porque
não tinham para onde ir.
O fazendeiro está desaparecido
há 15 dias. Ele já responde a uma
ação criminal sob acusação de
maus-tratos aos trabalhadores.
Nessa ação foi concedido o mandado de busca na fazenda. Agora
Prudente entrou com a ação civil
pública, solicitando o seqüestro
dos bens de Pitta Neto e pedindo a
relação de quem trabalhou na fazenda nos últimos dois anos, com
quitação dos créditos trabalhistas.
Na nova ação, o procurador pede uma indenização por danos
morais genéricos no valor de R$ 3
milhões, a serem revertidos para o
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). O pedido já foi encaminhado à Justiça Federal.
O procurador espera receber
denúncias anônimas para chegar
ao fazendeiro. O telefone do Ministério Público é 0/xx/21/3212-2000.
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