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CAMPO MINADO
Federação acusa "latifúndio" pelo crime
Sindicalista líder de acampamentos de sem-terra é assassinado no Pará
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O sindicalista Ribamar Francisco dos Santos, 47, que liderava
dois acampamentos de sem-terra
no município de Rondon do Pará
(sudeste do Estado), foi morto na
tarde de sábado em frente à casa
dele. Santos foi atingido por dois
pistoleiros que passaram em uma
moto, segundo a Polícia Militar.
Ainda não há pista dos autores.
"Foi mais um crime organizado
pelo latifúndio no Estado", disse o
sindicalista Raimundo Borges, diretor da Fetagri (Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do
Estado do Pará), ao qual o sindicato de Santos é filiado.
Segundo Borges, Santos estava
recebendo ameaças de morte por
telefone havia cerca de 60 dias,
mas não relatou o fato à polícia.
Há três meses, o sindicalista havia assumido a direção dos acampamentos Campo Dourado e Piricunha, em Rondon do Pará, com
cerca de cem famílias em cada
um. Os dois acampamentos foram criados há seis meses por trabalhadores rurais sem terra e por
desempregados do município.
O corpo do sindicalista foi levado para o IML de Marabá (sudeste do Estado) e era esperado em
Rondon do Pará ontem à tarde.
O sindicalista era casado, tinha
três filhos e um neto. Santos foi o
segundo líder sindical ligado à Fetagri assassinado nos últimos 11
dias no Pará. No dia 29 de janeiro,
Ezequiel de Morais Nascimento,
46, foi morto em Redenção. Na
época, a CPT (Comissão Pastoral
da Terra) afirmou que Nascimento havia recebido ameaças de
morte de grandes proprietários
rurais da região por reivindicar a
desapropriação de uma fazenda e
denunciar a grilagem de terra.
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