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OUTRO LADO
Prefeituras negam desvios
DO PAINEL
O novo presidente do FNDE
(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), José Henrique Paim Fernandes, afirma que
haverá um aumento das auditorias internas para evitar novos casos de corrupção e de desvio de
verbas da merenda escolar.
Segundo ele, as denúncias de irregularidades apuradas no ano
passado têm um lado positivo:
"Mostram que as investigações
estão dando resultado".
Paim Fernandes não acha a situação preocupante. "Perante o
universo de escolas em todos os
5.560 municípios brasileiros, o
número de denúncias é baixo",
diz ele, antes de criticar Estados e
municípios. "Eles têm de completar a verba que a União repassa e
não ficar só reclamando que há
pouco dinheiro."
A coordenadora do Programa
Nacional de Alimentação Escolar,
Albaneide Peixinho, afirma que o
governo está aumentando a capacitação dos conselhos escolares
dos municípios. Cita trabalhos
realizados em novembro e dezembro em 300 municípios, mas
admite que ainda não é suficiente.
"Estamos investindo na formação
da população para efetuar o controle social adequado. Pais de alunos devem ter consciência de que
a responsabilidade do dinheiro
público é de todos."
O ministro da Educação, Tarso
Genro, não quis manifestar-se a
respeito dos desvios da verba da
merenda escolar. O senador Cristovam Buarque (PT-DF), titular
da pasta no primeiro ano da gestão Lula, também não.
Prefeituras
As prefeituras acusadas de irregularidades na verba da merenda
negam que tenham desviado recursos federais.
O prefeito de Eldorado dos Carajás (PA), Domiciano Bezerra
(PTB), nega que tenha havido
fraude na licitação com um argumento curioso. "Querem que eu
aplique aqui a mesma lei que aplicam no sul do país." Afirma também que o relatório da CGU é tendencioso. "Vou solicitar exame
grafotécnico para comprovar que
a auditoria está viciada e errada."
Em Bocaiúva do Sul (PR), a prefeitura diz que os alunos passaram no máximo dez dias sem merenda, e não 20, como diz a auditoria do governo federal.
A assessoria do prefeito William
Dib (PSB), de São Bernardo do
Campo, diz que professores e funcionários das escolas estavam se
aproveitando e comendo parte da
merenda destinada aos alunos.
Confirma que houve uma determinação para reduzir o volume
do lanche e ter maior controle sobre o que é oferecido às crianças.
Afirma que o Ministério Público
"exagerou" no relatório e que, em
2004, não haverá falta de merenda
nas escolas municipais de São
Bernardo.
As prefeituras de São Carlos
(SP) e Fortaleza (CE) negam irregularidades.
As prefeituras de Buruti (AM),
Milagre do Maranhão (MA) e Estância (ES) também negam desvio dos recursos federais.
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