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OUTRO LADO
Tela era simulação para teste, diz secretaria
da Reportagem Local
A Secretaria Municipal da Saúde contesta quase todos os dados
apresentados pela reportagem da
Folha -do valor já pago pelos
contratos aos números de compras fora dos padrões.
De acordo com a secretaria, a tela acessada pela reportagem era
uma simulação para teste do sistema, que ainda está sendo checado e carregado. Em outras palavras, continha números fictícios.
As respostas foram dadas pelo
chefe de gabinete do secretário,
César Castanho, e por um dos
controladores do sistema, Marcos
Cano. Segue o que eles dizem:
1) Números: dos 2.276 contratos
firmados pelo sistema computadorizados, 88 fogem dos padrões
-ou estão acima do preço ou acima da quantidade. Os contratos
referem-se às compras dos itens
já alimentados na base de dados
feitas pelos quatro módulos desde
o começo do ano -só o módulo
sul entrou no sistema no final do
ano passado. Por módulo, os números de firmados e irregulares
até sexta são, respectivamente:
484 e 46 (centro), 542 e 6 (leste),
742 e 34 (norte) e 508 e 2 (sul).
2) Tela: a secretaria afirma que a
Folha só pode ter acessado uma
tela de teste do sistema, a única
possível com uma senha que não
seja dos controladores. A tela, de
acordo com a secretaria, contém
compras fictícias e simulações.
3) Contratos: os contratos assinados com a Prodam e com a
FGV são, respectivamente, de R$
5,6 milhões e R$ 4,98 milhões.
Ambos foram assinados em fevereiro do ano passado e tinham validade de 12 meses. Até hoje, a
prefeitura pagou R$ 3,12 milhões
para a Prodam e R$ 3,5 milhões
para a FGV -o que soma R$ 6,62
milhões. A secretaria afirma que o
nome Sigs não consta de um dos
contratos. Diz, porém, que, mesmo que constasse, não há nesse
ponto nenhuma irregularidade,
pois a FGV foi contratada para
planejar o novo modelo de gestão
de saúde, e a Prodam, para operacionalizá-lo. Os planos da GV,
afirma a secretaria, já saíram do
papel -o que estaria comprovado pelos teste de agendamento informatizado da zona leste.
4) Barrar compras: a prefeitura
afirma que a lei que criou o PAS
(11.866/95) define as cooperativas
como entidades privadas. Assim,
não cabe à administração barrar
compras, mas punir -glosando
pagamentos e reponsabilizando
civil e criminalmente os responsáveis por irregularidades.
5) Suspensão de pagamentos: a
secretaria acaba de fazer auditoria
nas contas de 96 e 97 -o que
nunca havia sido feito. As contas
de 98 estão passando pela última
análise. As de 99 estão sendo revistas pela Fipecafi. As compras
deste ano estão sendo analisadas
com uma defasagem média de
três meses, ou seja, as compras
feitas fora dos padrões em janeiro
podem ser glosadas ainda este
mês. Antes disso, porém, a cooperativa pode justificar a compra.
6) Superfaturamento: se a cooperativa informar que não encontrou no mercado nenhum preço
inferior ao do fornecedor do qual
efetuou a compra, a secretaria fará uma cotação própria. Se a informação for falsa, o repasse será
descontado.
(SÍLVIA CORRÊA)
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