São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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OUTRO LADO
"No começo, prioridade era atender bem'

da Reportagem Local

O chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Saúde em 96, Luiz Eduardo Grandjean Pinto, disse à Folha que as possíveis irregularidades -ou deficiências, como ele prefere- encontradas nas contas do PAS durante a gestão da qual participou são "casos isolados e previsíveis em um sistema com orçamento de R$ 1,3 bilhão".
De acordo com Grandjean, "no começo, a secretaria não estava preocupada com os problemas internos de cada módulo, mas com a qualidade do atendimento que seria dispensado".
Ele foi a pessoa indicada pelo ex-prefeito Paulo Maluf para comentar o caso.
A Folha procurou o ex-prefeito e o ex-secretário Roberto Paulo Richter. No escritório de Richter, uma funcionária informou que ele estava viajando e que só comentaria o caso na segunda (amanhã). No de Maluf, seus assessores entraram em contato com o ex-chefe de gabinete e pediram que ele procurasse a reportagem da Folha.
Na entrevista, Grandjean sustentou que, em 96, as cooperativas tinham um rígido controle de suas despesas. Por isso, de acordo com ele, não foi necessário barrar pagamentos.
"Não tivemos necessidade de fazer glosas. Quando detectamos que alguma coisa não estava sendo conduzida da melhor forma, decretamos as intervenções. Foram três, mas não por problemas de fraudes. Eram problemas de gestão mesmo."
O ex-chefe de gabinete negou a existência de sucessivos superfaturamentos e compras fantasmas no sistema em 96, sustentando que o modelo tornava inviáveis fraudes em cascata.
"Quando havia tentativa de corrupção, a própria cooperativa reagia", afirmou. "Tinha Conselho de Gestão, Conselho Fiscal, gerenciadora, diretor de módulo. Para ter ato de corrupção precisaria de muito dinheiro para toda essa turma. O que pode ter tido é um desvio de chefe de almoxarifado." (SC)

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