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TSE
Tribunal também ordena suspensão de repasse de fundo público de financiamento; partido vai recorrer
Justiça rejeita as contas do PPS de 97
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou a prestação de contas do PPS, partido do pré-candidato à Presidência da República
Ciro Gomes, referente a 1997. Segundo o TSE, houve uma série de
irregularidades, que não foram
corrigidas a tempo pelo partido.
Juntamente com a rejeição das
contas, o tribunal também ordenou a suspensão do repasse das
cotas do Fundo Partidário para o
PPS.
O partido recebe anualmente
cerca de R$ 20 mil originários do
Fundo Partidário, segundo Francisco Almeida, membro do secretariado nacional. O dinheiro é
usado basicamente para a manutenção física dos partidos e em
campanhas eleitorais.
A decisão judicial permite, em
tese, a abertura de processo para
cancelamento do registro civil e
do estatuto da legenda. O processo poderá ser proposto pelo Ministério Público Eleitoral, por outro partido ou por um cidadão. O
PPS teria direito a ampla defesa.
O TSE ainda pode rever a sentença se as irregularidades forem
eliminadas, mesmo fora do prazo.
Almeida disse que o partido apresentará recurso nesta semana para reverter a situação.
Segundo ele, a única falha foi a
inversão de colunas de despesas
na digitação de um dos documentos entregues na prestação de
contas ao TSE.
O presidente do PPS, senador
Roberto Freire (PE), descartou o
risco de problemas futuros em
decorrência da decisão judicial.
"Se eles quiserem ver ilicitudes,
devem procurar em outros partidos. Basta verificar o recente confronto entre os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e
Jader Barbalho (PMDB-PA)."
Durante o embate entre os dois
caciques da base governista, que
atingiu o ápice durante debate no
plenário do Senado na semana
passada, ambos trocaram acusações de irregularidades de todos
os tipos. ACM é o principal expoente do PFL e Jader, o presidente peemedebista.
Unanimidade
O julgamento das contas ocorreu no último dia 28. Os ministros
aprovaram exame feito pela área
técnica do tribunal. A decisão foi
unânime. O Ministério Público
Eleitoral havia opinado pela rejeição durante investigação prévia
dos dados.
O relator, ministro Eduardo
Alckmin, afirmou que o presidente do PPS foi intimado duas vezes
a corrigir as irregularidades e que
nem ele nem outro dirigente do
partido apresentou esclarecimentos no prazo previsto.
Freire disse desconhecer a existência de intimação, afirmando
que nunca foi procurado por algum representante do Ministério
Público Eleitoral ou do tribunal
para falar sobre a questão.
Já Almeida afirmou que nem o
presidente nem qualquer outro
representante do partido foi notificado da situação.
Uma das irregularidades apontadas pelo TSE foi o conflito de
valores entre as contribuições recebidas de parlamentares, filiados
e simpatizantes, e o montante global de receitas apuradas ao final
do ano fiscal.
O tribunal também considerou
que os valores apresentados no
demonstrativo de doações recebidas não conferiam com o total das
receitas lançado.
Outra falha identificada foi que,
em 1995 e 1996, o PPS deveria ter
aplicado R$ 15,1 mil em fundação
ou instituto de formação política
ligado ao partido, contra os R$
13,6 mil investidos.
Também não teria sido apresentada a relação de contas bancárias do partido, como prevê a
legislação.
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