São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresário sofre outra investigação

do enviado especial a Miami

O empresário brasileiro Oscar de Barros, preso em Miami sob a acusação de lavar dinheiro para uma quadrilha de traficantes, é objeto de uma outra investigação, conduzida por um "grand jury" numa corte criminal federal na cidade de Nova York.
Num "grand jury", jurados são encarregados de analisar e determinar se, com base nas informações que reuniu, o Estado deve ou não iniciar um processo criminal contra uma pessoa.

Provas
No caso de Barros, o que está em jogo é decidir se as provas obtidas pelo FBI (a polícia federal norte-americana) e pelo escritório da promotoria são suficientes para iniciar um processo por violação do "Foreign Corrupt Practice Act" -uma lei norte-americana criada no início da década de 70, que pune diretores de companhias dos EUA por subornarem ou tentarem subornar governos estrangeiros.

Sigilo
O "grand jury" ainda não terminou seus trabalhos e, portanto, Barros não é réu em Nova York.
Ele só é réu no processo que responde na Flórida por lavagem de dinheiro destinado ao tráfico de drogas.
Enquanto um "grand jury" não conclui seus trabalhos, a existência de uma investigação federal não pode ser divulgada, não consta dos cadastros públicos da corte e as autoridades (até os estenógrafos) que se pronunciarem a respeito estão sujeitos a um severo processo criminal.


Cooperação
Segundo apurou a Folha, o "grand jury" que investiga Barros teve início numa operação do FBI no começo de 1999.
A agência havia recebido, informalmente, num caráter de "cooperação", documentos fiscais, policiais e criminais do governo brasileiro sobre Barros e alguns de seus amigos. Depois de uma curta investigação nos EUA, o FBI decidiu levar o caso adiante e o apresentou à promotoria.
Um "grand jury" tem os poderes de uma corte normal.
Pode requisitar documentos, ouvir testemunhas e fazer devassas.


Texto Anterior: Dossiê Caribe: Governo instigou FBI a prender brasileiro
Próximo Texto: Barros e Ferraz devem depor amanhã
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.