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Procuradoria apura eventual enriquecimento ilícito
da Reportagem Local
O desembargador federal Paulo
Theotonio Costa responde, com o
desembargador Roberto Luiz Ribeiro Haddad, a um outro inquérito no STJ (Superior Tribunal de
Justiça), que apura eventual enriquecimento ilícito.
Na última quarta-feira, o ministro Fernando Gonçalves, do STJ,
autorizou a quebra de sigilo fiscal
de Theotonio Costa e de Haddad,
que também atua no TRF.
Esse inquérito foi baseado em
reportagem publicada pela Folha,
em julho de 1999, revelando que
os dois magistrados ostentam
uma riqueza que contrasta com o
padrão dos juízes brasileiros.
Theotonio Costa e sua mulher, a
procuradora do Estado Marisa
Nittolo Costa, são sócios no empreendimento imobiliário "Morada dos Pássaros", com sete edifícios, em Campo Grande (MS).
Haddad e sua mulher, a advogada Maria Cristina Aparecida de
Souza Figueiredo Haddad, possuem 33 veículos em seus nomes
-entre os quais três Mercedes-Benz, dois BMW e uma Mitsubishi- e uma superlancha. Em dois
anos, os Haddad adquiriram seis
chácaras, em Salto de Pirapora
(SP), onde fizeram um haras.
Os dois juízes possuem apartamentos, casas e terrenos em São
Paulo, Ubatuba e Guarujá.
No ano passado, Theotonio
Costa e Haddad moveram ações
de indenização por danos morais
contra a Empresa Folha da Manhã S/A, que edita a Folha.
A decisão do ministro Fernando Gonçalves permitirá ao MPF
(Ministério Público Federal) retomar investigações suspensas por
liminares obtidas pelos juízes.
Dias depois da publicação da reportagem, uma liminar concedida pelo presidente do TRF, José
Kallás, suspendeu procedimento
inicial da Procuradoria da República, em São Paulo, para apurar
eventual ato de improbidade administrativa dos dois juízes.
Posteriormente, o Órgão Especial do TRF, formado por 18 desembargadores mais antigos do
tribunal, decidiu que era o fórum
competente para investigar o patrimônio dos dois magistrados.
Por solicitação dos próprios desembargadores, o TRF instaurou
procedimento administrativo interno, conduzido pela desembargadora Anamaria Pimentel, que
ainda não apresentou conclusões.
O Ministério Público Federal solicitou, mas não conseguiu acompanhar essas apurações internas.
Em dezembro, a Procuradoria
Geral da República, em Brasília,
noticiou que requisitara à Receita
Federal uma investigação sobre a
origem dos bens dos dois juízes.
Essa apuração foi suspensa por
medida cautelar concedida pela
juíza federal Naíde Azevedo de
Almeida, de São Bernardo.
Agora, com a instauração do inquérito criminal no STJ, o MPF
poderá solicitar à Receita Federal
cópias das declarações de renda
dos desembargadores e informações sobre o patrimônio deles, de
suas mulheres e das empresas das
quais participam. Poderá também comparar os valores declarados e os valores de mercado.
(FREDERICO VASCONCELOS)
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