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Esquerda prepara alternativa ao PT para a eleição de 2010
"Bloquinho" articula manifesto e aprova decisão de Ciro de não voltar ao governo
Dirigentes da grupo evitam críticas ao PT: "Se o PT quiser integrar o bloco, tudo bem. Mas o PT já tem outro bloco, com o PMDB", diz Amaral
MALU DELGADO
EDITORA-ASSISTENTE DE BRASIL
Discutida nos bastidores, a
divisão entre os partidos que
integram a coalizão de Lula já
começa a configurar um quadro que poderá surpreender o
PT na eleição presidencial.
O bloco PC do B, PSB, PDT,
PMN e PAN, formado no início
do ano a partir da disputa pela
presidência da Câmara, coloca
em prática a promessa de não
se restringir a uma união simplesmente parlamentar para
tentar derrotar os petistas.
No próximo dia 22, o "bloquinho" de 68 parlamentares
aprova o texto final de um manifesto político em que deixará
clara a articulação dos partidos
para as eleições de 2008 e 2010.
"Estamos elaborando uma espécie de manifesto, que estabelece uma plataforma comum
dos partidos, com diretrizes
políticas, sociais e econômicas", diz o presidente nacional
do PC do B, Renato Rabelo.
As reuniões semanais em
Brasília são prova do grau de
organização do grupo. Todas as
quartas-feiras dirigentes dos
cinco partidos reúnem-se para
acertar os ponteiros e pensar
em estratégias para as eleições.
"Teremos diretrizes políticas
conclamando a unidade desses
partidos para o pleito de 2008 e
uma comissão de dirigentes
partidários para visitar os Estados. É um bloco com corpo e
pés, não só com cabeça", explica o presidente do PSB, o ex-ministro Roberto Amaral.
Foi debatida a decisão de Ciro Gomes (PSB-CE) de não voltar ao ministério Lula. Dirigentes dos três maiores partidos do
bloco consideram acertada a
decisão de Ciro de ficar no Congresso. Afinal, é o melhor palco
para articulações políticas. O
objetivo é aproximá-lo cada vez
mais dos deputados que serão
candidatos a prefeito em 2008.
Dirigentes do "bloquinho"
evitam polemizar publicamente com o PT. "Não existe nenhum veto. Se o PT quiser integrar o bloco, tudo bem. Mas o
PT já tem outro bloco, com o
PMDB", diz Roberto Amaral.
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