São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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Esquerda prepara alternativa ao PT para a eleição de 2010

"Bloquinho" articula manifesto e aprova decisão de Ciro de não voltar ao governo

Dirigentes da grupo evitam críticas ao PT: "Se o PT quiser integrar o bloco, tudo bem. Mas o PT já tem outro bloco, com o PMDB", diz Amaral


MALU DELGADO
EDITORA-ASSISTENTE DE BRASIL

Discutida nos bastidores, a divisão entre os partidos que integram a coalizão de Lula já começa a configurar um quadro que poderá surpreender o PT na eleição presidencial.
O bloco PC do B, PSB, PDT, PMN e PAN, formado no início do ano a partir da disputa pela presidência da Câmara, coloca em prática a promessa de não se restringir a uma união simplesmente parlamentar para tentar derrotar os petistas.
No próximo dia 22, o "bloquinho" de 68 parlamentares aprova o texto final de um manifesto político em que deixará clara a articulação dos partidos para as eleições de 2008 e 2010. "Estamos elaborando uma espécie de manifesto, que estabelece uma plataforma comum dos partidos, com diretrizes políticas, sociais e econômicas", diz o presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo.
As reuniões semanais em Brasília são prova do grau de organização do grupo. Todas as quartas-feiras dirigentes dos cinco partidos reúnem-se para acertar os ponteiros e pensar em estratégias para as eleições. "Teremos diretrizes políticas conclamando a unidade desses partidos para o pleito de 2008 e uma comissão de dirigentes partidários para visitar os Estados. É um bloco com corpo e pés, não só com cabeça", explica o presidente do PSB, o ex-ministro Roberto Amaral.
Foi debatida a decisão de Ciro Gomes (PSB-CE) de não voltar ao ministério Lula. Dirigentes dos três maiores partidos do bloco consideram acertada a decisão de Ciro de ficar no Congresso. Afinal, é o melhor palco para articulações políticas. O objetivo é aproximá-lo cada vez mais dos deputados que serão candidatos a prefeito em 2008.
Dirigentes do "bloquinho" evitam polemizar publicamente com o PT. "Não existe nenhum veto. Se o PT quiser integrar o bloco, tudo bem. Mas o PT já tem outro bloco, com o PMDB", diz Roberto Amaral.


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