da Sucursal de Brasília

A Itália está conseguindo prender e soltar mafiosos no Brasil. Foi assim com Domenico Verde, segundo a Interpol de Roma, integrante da Camorra (máfia de Nápoles, sul do país), especializada em "lavagem" de dinheiro do narcotráfico.
Depois de montar uma megaoperação para prender Verde no Brasil, com a participação de 19 policiais federais e agentes da Interpol, a Embaixada da Itália no Brasil desistiu da prisão e do pedido de extradição, afirmando que o mafioso havia sido inocentado pela Justiça italiana.
Segundo documento da Interpol de Roma obtido pela Folha, o objetivo da associação mafiosa da qual Verde fazia parte era "adquirir o controle de atividades econômicas, de ganhar concorrências de obras e serviços públicos e de obter, para si e para outros, proveitos e vantagens injustos".
Questionada sobre a possibilidade de ter sido feito um acordo com Verde (informação em troca de liberdade), a embaixada não confirma nem nega. A embaixada prefere elogiar as relações com o Brasil.
"A qualidade da cooperação entre as polícias da Itália e do Brasil está entre as melhores, com excelentes resultados de um lado."
No Brasil, Verde é suspeito de ter ajudado Paulo César Farias na Tailândia quando o empresário alagoano fugiu do Brasil, em 93. Quando foi preso, Verde estava construindo uma casa a menos de 300 m da casa de praia onde PC morreu, em junho de 96. (LF)



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