São Paulo, terça, 9 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chefe elege Brasil como refúgio

da Sucursal de Brasília

Um dos maiores mafiosos italianos de todos os tempos fez do Brasil seu lar por 35 anos até morrer na semana passada, aos 80 anos, em São Paulo, devido a problemas no coração.
Ele era Antonino Salomone, apelidado de "o grande espertalhão" pelo homem responsável pela maior ação antimáfia na Itália, o juiz Giovanni Falcone, morto em 92 num espetacular atentado promovido pela máfia.
Na Itália, Salomone Äum dos chefões da máfia de San Giuseppe de Iato, uma das mais sanguinolentas da SicíliaÄ foi condenado a 12 anos de prisão por tráfico de drogas.
Também era suspeito de ter participado de atentados contra juízes na Itália, inclusive o que matou Falcone.
"Ele é uma esfinge, tão sutil que pessoa alguma consegue decifrá-lo." Assim era definido por Tomasso Buscetta, mafioso preso no Brasil na década de 80 e responsável pela delação de dezenas de chefes de famílias mafiosas.
Documentos obtidos por magistrados italianos comprovaram que o mafioso era um dos cabeças da chamada "conexão pizza" Ärede que traficava cocaína e heroína utilizando como fachada uma cadeia de pizzas dos EUA.
Localizado no Brasil, onde vivia desde 63, no bairro do Paraíso, em São Paulo, Salomone escapou de ser extraditado para a Itália porque, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal, seus crimes já tinham prescrito. (LF)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.