São Paulo, sábado, 09 de julho de 2005

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PERFIL

Novo ministro é conhecido pelas lutas sindicais

DA REPORTAGEM LOCAL

O novo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, 46, é advogado e preside a CUT (Central Única dos Trabalhadores) desde 2003. Sua trajetória profissional, porém, é marcada pela militância no movimento sindical e pela fidelidade ao PT.
Marinho começou a vida como lavrador, em Cosmorama (500 km a noroeste de São Paulo). Mas, assim como o presidente da República, acabou se tornando metalúrgico no ABC paulista. Operador de máquinas da Volkswagen, Marinho foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cargo que também já foi do presidente Lula.

Caminho pavimentado
Sua maior vitória como dirigente do sindicato dos metalúrgicos aconteceu em 1998, quando conduziu as negociações que permitiram a reversão de 10 mil demissões na Volks e 2,8 mil na Ford.
Diante do cacife obtido pela conquista, Marinho foi eleito presidente nacional da CUT com 74% dos votos. À frente da maior central sindical da América Latina, porém, sua gestão foi marcada por críticas dos antigos companheiros de luta sindical. Os motivos foram aumentos considerados pequenos para o salário mínimo, a nova reforma da Previdência, considerada ruim para os trabalhadores, flexibilização das relações de trabalho com as montadoras, além do apoio à reforma sindical.
Marinho teve na Força Sindical o seu maior adversário nos tempos de militância como presidente da CUT.
Dentro do governo, Marinho é muito bem-visto pelo presidente da República e a ala petista ligada ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken. Consideram o novo ministro um aliado fiel, mesmo nos momentos desfavoráveis.
Ao assumir a presidência do país, Lula convidou Marinho para presidir o Consea (Conselho de Segurança Alimentar), que deveria regulamentar o funcionamento do Fome Zero, o principal programa social do governo federal.
A pretensão de Marinho entrar para a política é antiga. Ele mantém boas relações com o presidente nacional do PT, José Genoíno. Em 2002, foi inclusive candidato a vice-governador de São Paulo pelo PT, na legenda encabeçada por Genoíno.
O novo ministro da Previdência - que é casado e pai de dois filhos - pretendia se candidatar a deputado estadual pelo PT de São Paulo em 2006. Agora, como ministro, Marinho deve desistir da idéia. (Colaborou a Agência Folha)


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