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PERFIL
Novo ministro é conhecido pelas lutas sindicais
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, 46, é advogado e preside a CUT (Central
Única dos Trabalhadores) desde 2003. Sua trajetória profissional, porém, é marcada pela
militância no movimento sindical e pela fidelidade ao PT.
Marinho começou a vida como lavrador, em Cosmorama
(500 km a noroeste de São Paulo). Mas, assim como o presidente da República, acabou se
tornando metalúrgico no ABC
paulista. Operador de máquinas da Volkswagen, Marinho
foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,
cargo que também já foi do
presidente Lula.
Caminho pavimentado
Sua maior vitória como dirigente do sindicato dos metalúrgicos aconteceu em 1998,
quando conduziu as negociações que permitiram a reversão
de 10 mil demissões na Volks e
2,8 mil na Ford.
Diante do cacife obtido pela
conquista, Marinho foi eleito
presidente nacional da CUT
com 74% dos votos. À frente da
maior central sindical da América Latina, porém, sua gestão
foi marcada por críticas dos antigos companheiros de luta sindical. Os motivos foram aumentos considerados pequenos para o salário mínimo, a
nova reforma da Previdência,
considerada ruim para os trabalhadores, flexibilização das
relações de trabalho com as
montadoras, além do apoio à
reforma sindical.
Marinho teve na Força Sindical o seu maior adversário nos
tempos de militância como
presidente da CUT.
Dentro do governo, Marinho
é muito bem-visto pelo presidente da República e a ala petista ligada ao ministro-chefe
da Secretaria de Comunicação,
Luiz Gushiken. Consideram o
novo ministro um aliado fiel,
mesmo nos momentos desfavoráveis.
Ao assumir a presidência do
país, Lula convidou Marinho
para presidir o Consea (Conselho de Segurança Alimentar),
que deveria regulamentar o
funcionamento do Fome Zero,
o principal programa social do
governo federal.
A pretensão de Marinho entrar para a política é antiga. Ele
mantém boas relações com o
presidente nacional do PT, José
Genoíno. Em 2002, foi inclusive candidato a vice-governador
de São Paulo pelo PT, na legenda encabeçada por Genoíno.
O novo ministro da Previdência - que é casado e pai de
dois filhos - pretendia se candidatar a deputado estadual
pelo PT de São Paulo em 2006.
Agora, como ministro, Marinho deve desistir da idéia.
(Colaborou a Agência Folha)
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