São Paulo, sábado, 09 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ REFORMA

Ministro afirma que fica na Secom "para ajudar o presidente" e atribui à imprensa "boatos" sobre sua eventual demissão

Gushiken só deixa cargo se quiser, diz Lula

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em discurso ontem no Palácio do Planalto, no qual reservou os minutos finais para "acabar com os boatos", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai manter o ministro Luiz Gushiken à frente da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica até o final do governo.
Segundo Lula, Gushiken só sai do governo se quiser. O ministro, após ouvir o recado, disse à Folha que fica "para ajudar o presidente". Ele, no entanto, pretendia ainda ouvir familiares para tomar a decisão final.
O presidente anunciou a permanência de Gushiken no governo três dias depois de o próprio ministro ter colocado seu cargo à disposição de Lula em conversa na Granja do Torto.
O anúncio foi feito durante a cerimônia de posse dos ministros Saraiva Felipe (Saúde), Silas Rondeau (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações).
À frente de Lula, no salão nobre do Planalto, pelo menos 20 ministros acompanharam sua fala. Entre eles estava Gushiken, que se manteve em silêncio durante todo o discurso e fez anotações. Sentou na terceira fila, abaixou a cabeça no momento em que foi aplaudido e preferiu o tom sério enquanto os demais ministros riam das seguidas piadas do presidente.
"Eu quero dizer aqui, pra todo mundo ouvir, que o companheiro Gushiken continuará dirigindo a Secom, a não ser que, em algum momento, ele possa dizer: "Você quer, mas eu não quero, então vou embora". Aí eu não posso segurar na marra."
A influência nos fundos de pensão, o aumento dos investimentos em publicidade na revista de um cunhado e o fato de a empresa de que foi sócio (Globalprev) ter ampliado seu faturamento durante o governo Lula estão entre os fatores de desgaste do ministro da Secretaria de Comunicação.
Gushiken negou ontem que tenha tratado sobre sua demissão com o presidente, dizendo se tratar de "boatos" da imprensa. "Boatos são vocês que criam. Não sou eu."


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