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Pré-candidato, Jucá deve sair da Previdência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência, senador Romero Jucá (PMDB-RR),
investigado sob acusação de desviar dinheiro público, confirmou
ontem que quer disputar a eleição
-logo, deverá sair do governo. O
presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, também disse
ontem que sairia do cargo. Ele disputará o Senado por Sergipe em
2006.
A saída de ambos será concretizada na próxima semana com outras mudanças que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pretende
fazer no ministério. Lula deve
promover mudanças de ministros e presidentes de estatais que
desejem disputar eleição em 2006
até a próxima terça-feira.
Jucá ficou apenas quatro meses
como ministro da Previdência depois de sofrer desgaste com uma
série de denúncias que surgiram.
O STF (Supremo Tribunal Federal) investiga Jucá por supostas irregularidades no empréstimo
concedido à empresa Frangonorte, de Roraima.
A empresa pertenceu a Jucá entre 1994 e 1997. O Basa (Banco da
Amazônia) cobra do ministro e
de seu ex-sócio Getúlio Cruz uma
dívida de R$ 25 milhões do FNO
(Fundo Constitucional do Norte).
O dinheiro provém de recursos
públicos.
Jucá também foi acusado de ter
dado como garantia do empréstimo, sete fazendas inexistentes no
Amazonas, em agosto de 1996. Só
depois dessas garantias é que o
Basa aceitou liberar a segunda
parte do empréstimo. A apresentação das falsas garantias foi revelada pela Folha em 28 de março.
O caso da Frangonorte é um dos
mais notáveis na história do senador. Jucá entrou como sócio da
empresa em dezembro de 1994,
quando ela já devia R$ 4,61 milhões ao Basa (Banco da Amazônia), ao Banco do Brasil (R$ 202
mil) e ao INSS (R$ 36 mil).
O empréstimo com o Basa foi liberado pelo FNO para a instalação de um abatedouro de frangos
em Boa Vista (RR). Apesar dos repasses, a empresa não estava funcionando para cumprir o projeto
original aprovado pelo banco. Jucá não desembolsou um centavo
para entrar no negócio. Para explicar o motivo pelo qual teria se
tornado sócio de um empreendimento com tantas dívidas e desativado, Jucá culpou o banco. "O
Basa pediu, ele estava com um
abacaxi nas mãos e pediu para se
assumir", afirmou.
O senador se tornou sócio da
empresa junto com o ex-governador de Roraima Getúlio Cruz.
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