São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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Frente quer evitar embate Ciro-Serra

DA REPORTAGEM LOCAL

Definida a estratégia de não polemizar com a candidatura de José Serra (PSDB) ao Planalto, a Frente Trabalhista que apóia o presidenciável Ciro Gomes (PPS) tem encontrado dificuldades em manter o ex-governador longe das polêmicas com o tucano.
Apesar dos inúmeros conselhos para evitar bate-bocas com um adversário que disputa a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto, Ciro tem insistido em atacar Serra, seu desafeto pessoal.
O objetivo dos aliados do candidato pepessista é polarizar a disputa entre Ciro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma indicação de que já estariam certos da ida do ex-governador cearense para o segundo turno.
Afirmam que as críticas de Ciro deveriam ser agora dirigidas apenas ao governo federal e não mais ao candidato do governo, referência constantemente usada pelo presidenciável para se dirigir ao adversário tucano.
A estratégia seria a justificativa, dizem, para o fato de Ciro não ter respondido aos ataques feitos por Serra durante o debate transmitido no último domingo pela TV Bandeirantes.
A aparente calma do presidenciável durante o programa foi a característica mais elogiada por seus aliados, preocupados com o uso eleitoral do temperamento explosivo do candidato.
Diante da associação de sua personalidade com uma possível instabilidade para exercer a Presidência da República, o ex-governador tem feito um nítido esforço para se controlar em suas apresentações públicas.
Ontem, aliados de Ciro demonstraram insatisfação diante da notícia de que ele novamente teria criticado Serra durante rápido discurso no Rio.

Babacas
Ao enxugar o rosto com um lenço em cima de um palanque em São Gonçalo, Ciro ontem também se irritou com os repórteres-fotográficos, referindo-se aos profissionais que estavam à sua frente como "um bando de babacas."
"Não posso fazer nada por causa desse bando de babacas", afirmou Ciro a uma pessoa que estava ao lado.
Embora não tenha sido feita publicamente ao microfone, a afirmação foi ouvida com clareza pelos repórteres fotográficos da Folha e dos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo".
Nos dois eventos em que participou no Rio pela manhã, Ciro não parou em nenhum momento para falar com os jornalistas.
A presença de cabos eleitorais, fotógrafos e cinegrafistas, mais uma vez, causou confusão sempre que Ciro tentava se locomover. Ao seu lado estiveram o candidato ao governo pela Frente Trabalhista, Jorge Roberto da Silveira, e os candidatos ao Senado, Leonel Brizola (PDT) e Carlos Lupi (PDT).


Colaborou a Sucursal do Rio




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