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Frente quer evitar embate Ciro-Serra
DA REPORTAGEM LOCAL
Definida a estratégia de não polemizar com a candidatura de José Serra (PSDB) ao Planalto, a
Frente Trabalhista que apóia o
presidenciável Ciro Gomes (PPS)
tem encontrado dificuldades em
manter o ex-governador longe
das polêmicas com o tucano.
Apesar dos inúmeros conselhos
para evitar bate-bocas com um
adversário que disputa a terceira
colocação nas pesquisas de intenção de voto, Ciro tem insistido em
atacar Serra, seu desafeto pessoal.
O objetivo dos aliados do candidato pepessista é polarizar a disputa entre Ciro e Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), em uma indicação
de que já estariam certos da ida do
ex-governador cearense para o
segundo turno.
Afirmam que as críticas de Ciro
deveriam ser agora dirigidas apenas ao governo federal e não mais
ao candidato do governo, referência constantemente usada pelo
presidenciável para se dirigir ao
adversário tucano.
A estratégia seria a justificativa,
dizem, para o fato de Ciro não ter
respondido aos ataques feitos por
Serra durante o debate transmitido no último domingo pela TV
Bandeirantes.
A aparente calma do presidenciável durante o programa foi a
característica mais elogiada por
seus aliados, preocupados com o
uso eleitoral do temperamento
explosivo do candidato.
Diante da associação de sua personalidade com uma possível instabilidade para exercer a Presidência da República, o ex-governador tem feito um nítido esforço
para se controlar em suas apresentações públicas.
Ontem, aliados de Ciro demonstraram insatisfação diante
da notícia de que ele novamente
teria criticado Serra durante rápido discurso no Rio.
Babacas
Ao enxugar o rosto com um lenço em cima de um palanque em
São Gonçalo, Ciro ontem também
se irritou com os repórteres-fotográficos, referindo-se aos profissionais que estavam à sua frente
como "um bando de babacas."
"Não posso fazer nada por causa desse bando de babacas", afirmou Ciro a uma pessoa que estava ao lado.
Embora não tenha sido feita publicamente ao microfone, a afirmação foi ouvida com clareza pelos repórteres fotográficos da Folha e dos jornais "O Estado de S.
Paulo" e "O Globo".
Nos dois eventos em que participou no Rio pela manhã, Ciro
não parou em nenhum momento
para falar com os jornalistas.
A presença de cabos eleitorais,
fotógrafos e cinegrafistas, mais
uma vez, causou confusão sempre que Ciro tentava se locomover. Ao seu lado estiveram o candidato ao governo pela Frente
Trabalhista, Jorge Roberto da Silveira, e os candidatos ao Senado,
Leonel Brizola (PDT) e Carlos Lupi (PDT).
Colaborou a Sucursal do Rio
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