|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE MUNICIPAL
Só 472 mil terão restituição do IR neste mês
SANDRA MANFRINI
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, informou ontem que o volume de restituições
do IRPF (Imposto de Renda de
Pessoa Física), em agosto, será de
R$ 399,997 milhões - um valor
65,1% e 55,5% menor do que os
lotes disponibilizados em junho e
julho, respectivamente.
A redução do volume de restituições do imposto de renda das
pessoas físicas no mês de agosto
vai aumentar o repasse de recursos para os municípios que é feito
por meio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).
A medida do governo é para
agradar aos prefeitos que articulam um protesto, em Brasília, para o dia 10 de setembro. Eles pressionam o governo por uma maior
participação no bolo tributário.
O terceiro lote, que estará disponível para saque no próximo dia
15, restituirá apenas 472.018 mil
contribuintes. O número também
é menor do que os lotes anteriores. Em junho o governo devolveu
a restituição a 1,155 milhão de
pessoas e, em julho, 986.805 contribuintes receberam devoluções.
De acordo com Levy, existe um
cronograma de restituições do
imposto, com os sete lote de restituições do ano, mas que há "uma
certa flexibilidade na programação". Ele disse que houve uma decisão técnica de reduzir o volume
de restituições em agosto. No entanto, a previsão para os meses seguintes é de aumento das devoluções, em razão de uma melhora
sazonal na arrecadação tributária.
"O FPM tem vários choques que
procuramos suavizar. Entre eles,
a restituição do imposto de renda", afirmou Levy. O FPM representa os repasses de recursos que
são feitos da União para os municípios, o que varia de acordo com
a arrecadação do IR e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). No mês de agosto, o menor volume de restituições à pessoa física vai permitir um crescimento de 27% no FPM.
O secretário do Tesouro, no entanto, ressaltou que toda a programação de devoluções ao contribuinte neste ano será cumprida
e lembrou ainda que os valores
são devidamente corrigidos pela
variação da taxa Selic no período.
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse que a arrecadação pública tem efeitos sazonais que interferem nas receitas a
serem repartidas com os Estados
e municípios. No primeiro semestre de 2002, as receitas federais foram reforçadas pelo pagamento
de impostos pelos fundos de pensão, o que não ocorreu no mesmo
período deste ano.
Palocci voltou a afirmar que, se
excluídas essas receitas atípicas de
2002, os repasses a Estados e municípios neste ano tiveram um incremento real. Em junho, segundo o ministro, as transferências
caíram em razão do início das restituições do imposto de renda.
Naquele mês, a Receita devolveu
R$ 1,141 bilhão aos contribuintes.
"Em agosto, vai subir [o valor
das transferências], pois há momentos em que o pagamento das
restituições é mais forte e outros
em que o pagamento é menor."
Texto Anterior: Contra greve, caminhoneiros fecham fronteira Próximo Texto: ABL: FHC e Maciel são cotados para vaga na academia Índice
|