São Paulo, domingo, 9 de agosto de 1998

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Eleição do Congresso preocupa o governo

da Sucursal de Brasília

O sucesso da estratégia política do governo para o período pós-eleitoral não depende apenas da reeleição de FHC. O governo teme que as eleições para deputados e senadores façam crescer a bancada oposicionista no Congresso.
A retomada das votações no Congresso e o destino da nova tentativa de conter o déficit público depois das eleições também dependem do resultado das urnas.
Quanto maior for o índice de reeleição no Congresso, maiores serão as chances de os parlamentares voltarem logo ao trabalho e a planejada convocação extraordinária dos parlamentares em janeiro vingar.
A expectativa dos líderes governistas é uma renovação de até 45% dos atuais 513 deputados. Se a renovação for maior, ficará difícil lotar o plenário para concluir a votação da polêmica reforma da Previdência ou permitir a cobrança da CPMF (o imposto do cheque) no ano que vem.
Nas duas últimas eleições parlamentares, o índice de renovação na Câmara ultrapassou a atual expectativa dos líderes governistas.
O resultado das eleições trará uma definição ainda mais importante para a estratégia do governo: o tamanho da base parlamentar de um eventual segundo mandato de FHC. É certo que o número de aliados não será o mesmo entre os parlamentares que tomarão posse em fevereiro.
O comando político do governo avalia que uma vitória de FHC logo no primeiro turno não lhe garantirá automaticamente uma ampla maioria no Congresso. A bancada de parlamentares da oposição deverá aumentar, prevêem interlocutores do presidente.
Se o governo já teve dificuldades para reunir mais de 308 votos na Câmara enquanto a oposição tinha apenas 100 dos 513 votos, a obtenção de apoio para a votação de propostas de emendas constitucionais poderá se complicar.
A era das reformas constitucionais, que exigem o aval de três quintos dos parlamentares, não acabou. Falta aprovar o novo modelo de financiamento da saúde, concluir a reforma no sistema das aposentadorias e começar a tratar das reformas política e tributária.



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