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Eleição do Congresso
preocupa o governo
da Sucursal de Brasília
O sucesso da estratégia política
do governo para o período pós-eleitoral não depende apenas da
reeleição de FHC. O governo teme
que as eleições para deputados e
senadores façam crescer a bancada oposicionista no Congresso.
A retomada das votações no
Congresso e o destino da nova tentativa de conter o déficit público
depois das eleições também dependem do resultado das urnas.
Quanto maior for o índice de
reeleição no Congresso, maiores
serão as chances de os parlamentares voltarem logo ao trabalho e a
planejada convocação extraordinária dos parlamentares em janeiro vingar.
A expectativa dos líderes governistas é uma renovação de até 45%
dos atuais 513 deputados. Se a renovação for maior, ficará difícil
lotar o plenário para concluir a votação da polêmica reforma da Previdência ou permitir a cobrança
da CPMF (o imposto do cheque)
no ano que vem.
Nas duas últimas eleições parlamentares, o índice de renovação
na Câmara ultrapassou a atual expectativa dos líderes governistas.
O resultado das eleições trará
uma definição ainda mais importante para a estratégia do governo:
o tamanho da base parlamentar de
um eventual segundo mandato de
FHC. É certo que o número de
aliados não será o mesmo entre os
parlamentares que tomarão posse
em fevereiro.
O comando político do governo
avalia que uma vitória de FHC logo no primeiro turno não lhe garantirá automaticamente uma
ampla maioria no Congresso. A
bancada de parlamentares da oposição deverá aumentar, prevêem
interlocutores do presidente.
Se o governo já teve dificuldades
para reunir mais de 308 votos na
Câmara enquanto a oposição tinha apenas 100 dos 513 votos, a
obtenção de apoio para a votação
de propostas de emendas constitucionais poderá se complicar.
A era das reformas constitucionais, que exigem o aval de três
quintos dos parlamentares, não
acabou. Falta aprovar o novo modelo de financiamento da saúde,
concluir a reforma no sistema das
aposentadorias e começar a tratar
das reformas política e tributária.
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