São Paulo, domingo, 9 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Economistas querem definição de medidas

da Sucursal de Brasília

Para Fábio Giambiagi, gerente de operações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o governo precisa definir prioridades de gastos para os próximos anos Äcaso FHC seja reeleito. Ele defende que o governo fixe metas fiscais claras.
Na opinião do ex-ministro da Fazenda (governo Sarney) Mailson da Nóbrega, a equipe econômica deve mostrar detalhadamente o que pretende fazer para resolver esse problema até o ano 2002. Essa avaliação, segundo ele, vale para quem for eleito presidente da República neste ano.
Ele disse que o nó dos gastos públicos está nas contas previdenciárias. Pelos seus cálculos, o déficit dos regimes previdenciários está hoje em R$ 50 bilhões. A conta inclui as despesas da União, dos Estados e dos municípios com aposentadoria e pensão dos servidores públicos e os gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O ex-ministro acha que o governo já sinalizou que pretende atuar em três áreas: concluir a votação da reforma da Previdência Social; enviar ao Congresso proposta de mudança fiscal e tributária e mudar a legislação trabalhista.
Essa mudança, por exemplo, ganhou um novo impulso na semana passada com a criação da jornada de trabalho de 25 horas semanais.
O economista Marcelo Allain, do banco BMC, espera medidas que possam, já a partir de 99, reduzir as despesas com pessoal.
Outro ponto importante é a prorrogação da CPMF (o imposto do cheque). A regra atual prevê sua cobrança somente até janeiro próximo -o governo quer prorrogá-la pelo menos até o ano 2000.
O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, disse que o governo não pode abrir mão da receita do CPMF. Neste ano, por exemplo, a Receita Federal espera arrecadar pelo menos R$ 7 bilhões com a contribuição.
O déficit nominal das contas públicas (União, Estados, municípios e estatais) deverá ficar em 6,7% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, afirmou ele. O conceito nominal inclui as despesas com juros. Em 97, o déficit público ficou em 6,1% do PIB por esse critério, disse Velloso.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.