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Empresa tem vínculo estatal
da enviada especial
A principal empresa de telefonia
fixa (Telesp) e a maior empresa de
telefonia celular (Telesp Celular)
do Brasil foram compradas por
companhias européias com vínculo estatal.
O governo português tem 25%
do capital da Portugal Telecom e,
embora não tenha o controle da
companhia, é seu principal acionista individual.
O governo vai se retirar completamente do capital da companhia
só no ano 2000, quando se dará
também a quebra do monopólio
da Portugal Telecom na telefonia
local fixa e na de ligações de longa
distância.
O governo espanhol tem uma
presença bem menor no capital da
Telefónica da España: possui uma
ação especial -"golden share",
ou ação de ouro- que lhe dá poder de veto em decisões da companhia que envolvam os altos interesses do Estado.
Por exemplo: se, com a internacionalização da companhia, seus
acionistas decidissem transferir a
sede da empresa para o Brasil, o
governo espanhol exerceria seu
poder de veto para impedir a mudança.
Portugal
Na Portugal Telecom, a presença
do Estado é mais forte. É o governo quem indica o presidente da
companhia. O atual presidente,
Francisco Murteira Nabo, foi ministro das Comunicações e governador de Macau.
Na privatização do Sistema Telebrás, o governo brasileiro não só
abriu mão de continuar influenciando nas decisões da empresa
com uma "golden share", como
também optou por vender todo o
bloco de controle acionário, de
uma só vez.
Espanha e Portugal venderam as
ações de forma pulverizada, por
etapas, e fizeram questão de fazer
com que parte das ações fosse adquirida pela classe média.
Ações diluídas
No Brasil, o governo diluiu o capital das empresas telefônicas estatais com o lançamento de ações
no mercado financeiro e com os
planos de autofinanciamento para
instalação de linhas telefônicas,
nos quais o consumidor pagava
R$ 1.170,00 pela linha, mas recebia
valor equivalente em títulos da Telebrás.
Ao privatizar o Sistema Telebrás, o governo tinha apenas
19,26% do capital total da holding,
embora ainda detivesse o controle
das ações com direito a voto, que
perfazem apenas um terço do capital total.
Os outros dois terços dos títulos
da ex-estatal são ações da empresa
sem direito a voto dos acionistas.
A Portugal Telecom comprou
51% do capital com direito a voto
da Telesp Celular, e o consórcio liderado pela Telefónica de España
comprou 51% do capital votante
da ex-estatal Telesp fixa.
Com exceção do governo português, que tem 25% do capital, nenhum acionista individual da Portugal Telecom pode ter mais de 5%
da empresa.
A proporção máxima por acionista é similar na Espanha.
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