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Vieira quer usar dinheiro de precatórios em obras
da Agência Folha, em Florianópolis
Livre do impeachment, o governador de Santa Catarina, Paulo
Afonso Vieira (PMDB), 39, quer
os R$ 350 milhões apurados pelo
Estado com a emissão de títulos,
que estão bloqueados no Banco
Central, para investir em obras.
Legalmente, os recursos só podem
ser usados para quitar precatórios.
"Como os demais (Estados) assim o fizeram, e não houve nenhum tipo de ação, eu não vejo
porque Santa Catarina deva ser
punido", disse o governador.
Santa Catarina emitiu R$ 604 milhões em títulos para pagamento
de precatórios, mas a CPI dos Precatórios do Senado, que apurou as
irregularidades na emissão e uso
dos recursos, conseguiu bloquear
no BC parte desse dinheiro (R$ 350
milhões). A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado
deve se manifestar sobre o destino
desses recursos. Leia trechos da
entrevista concedida pelo governador depois do arquivamento do
impeachment.
Pergunta - A liberação dos R$
350 milhões bloqueados no Banco
Central é uma prioridade agora?
Paulo Afonso Vieira - É uma
ação a ser desenvolvida, à medida
que só Santa Catarina teve um tratamento distinto nesse processo.
Nós acreditamos ter esse direito a
exemplo do que aconteceu com as
demais unidades da Federação.
Pergunta - Se o Estado conseguir
esses recursos, que são para pagar
precatórios, o sr. gastará em
obras?
Vieira - Como os demais assim o
fizeram, e não houve nenhum tipo
de ação, é evidente que não vejo
porque Santa Catarina deva ser
punido.
Pergunta - O senhor sempre teve
confiança no arquivamento do pedido de impeachment?
Vieira - Há algum tempo que eu
tenho um sentimento forte de confiança, de justiça, de que esse processo golpista não prosperaria,
que nós iríamos conseguir sensibilizar deputados para que não fizessem parte desse tipo de conchavo.
Pergunta - O que significa exatamente "sensibilizar" deputados? A
oposição diz que eles foram comprados.
Vieira - Eu acho que isso é uma
agressão gratuita, descabida e entendo que a Assembléia deva tomar providências contra esse tipo
de declaração.
Pergunta - Existe resistência à
sua candidatura de uma ala do
PMDB, dita "histórica" e identificada com o vice-governador José Augusto Hulse.
Vieira - A minha recandidatura
não é a prioridade neste instante.
Poderei ser candidato, já disse que
gostaria de ser, mas essa deve ser a
vontade do partido.
Pergunta - O senhor acredita que
o partido vai chegar à convenção
com um candidato consensual?
Vieira - É muito provável.
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