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Poluição domina agenda na Holanda
DO ENVIADO A HAIA
Um dos principais pontos
que o presidente Fernando
Henrique Cardoso discutirá
em sua visita à Holanda, que
começa oficialmente hoje, é
o chamado Fundo de Desenvolvimento Limpo.
Trata-se, na essência, de os
países em desenvolvimento
receberem recursos dos países ricos para conterem suas
emissões de gás carbônico,
em troca da permissão para
que os ricos façam mais lentamente o controle das suas
próprias emissões.
O fundo será o grande tema de uma reunião internacional a ser realizada na própria Holanda.
FHC acha que "os países
industrializados, que foram
os que mais poluíram e, portanto, são os que têm maior
responsabilidade pelo efeito
estufa, têm que pagar um
certo preço por isso".
Efeito estufa é a concentração de gases na atmosfera de
tal forma que gera mudanças climáticas, principalmente o aumento da temperatura, com consequências
negativas.
FHC diz que os países em
desenvolvimento "estão dispostos a reduzir as emissões,
o que é bom para todos, mas
não sozinhos". Por isso, o
Brasil, ao lado de alguns outros países, defende o Fundo
de Desenvolvimento Limpo,
"para que haja investimentos em países como o Brasil,
para ajudar a que não emita
CO2, ao mesmo tempo em
que os países industrializados podem ir mais devagar
no processo de controle das
emissões".
Meio ambiente não será o
único tema da visita. Como é
de praxe em visitas presidenciais, estará na agenda a
questão de investimentos no
Brasil, ainda mais levando
em conta que uma das maiores empresas do mundo, a
Shell, é meio holandesa (a
outra metade é britânica).
Mas, na prática, a viagem
de FHC foi motivada pela
ameaça holandesa de não
enviar ao Brasil nenhuma
nova missão de alto nível,
antes de uma visita presidencial. O primeiro-ministro holandês, Wim Kok, já
esteve três vezes no Brasil.
Como FHC iria mesmo à
Alemanha, aproveitou para
aceitar insistente convite da
rainha Beatrix e estender a
viagem até a Holanda.
(CR)
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