|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SÃO PAULO
Pepebista, que aparece atrás em pesquisa Datafolha sobre o segundo turno, diz
que a rival petista "fumou maconha", "não tem ética" e é "ignorante" administrativamente
Maluf parte para ataque pessoal a Marta
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Maluf (PPB) partiu ontem para a estratégia do tudo ou
nada para tentar chegar à Prefeitura de São Paulo. Fazendo ataques pessoais e tentando desmoralizar a adversária Marta Suplicy
(PT), o pepebista afirmou que ela
"nunca teve ética" porque declarou ter fumado maconha na década de 70.
A afirmação de Maluf foi feita
após publicação de pesquisa Datafolha que dá ao pepebista 28%
das intenções de voto no segundo
turno, contra 58% para Marta.
Desqualificar a adversária petista faz parte da tática malufista para o segundo turno, apesar de a
decisão ser criticada por pepebistas que avaliam que o candidato
poderá ver ressuscitados casos
polêmicos envolvendo seu nome,
como o Frangogate -suposta
venda de frangos superfaturados
feita por empresas da família de
Maluf para a prefeitura.
A intenção do pepebista em
desmoralizar a adversária foi um
dos motivos que levaram o publicitário Nelson Biondi a sair da
coordenação da campanha do
PPB para o segundo turno, segundo a Folha apurou.
No entanto, Maluf diz que não
pretende "baixar o nível" da campanha municipal. "São fatos, e os
fatos precisam ser mostrados."
Além da declaração sobre uso
de maconha, Maluf afirmou ter
uma lista telefônica que, segundo
ele, prova que a petista não tem
ética na "vida privada, no lar e na
educação dos filhos". Questionado sobre o documento, limita-se a
dizer que trata-se de "uma lista telefônica de casos a relatar sobre a
vida pregressa da candidata".
"Não vou revelar (os nomes),
não quero baixar o nível. Mas essa
lista telefônica tem nomes de São
Paulo, de Brasília e até da Bahia.
Para ter ética na vida pública, é
preciso ter ética na vida privada. E
isso ela nunca teve", disse Maluf.
Na campanha eleitoral, o pepebista deve retomar ainda questões
polêmicas como a ampliação do
direito ao aborto e a defesa da parceria civil entre pessoas do mesmo sexo -propostas defendidas
por Marta Suplicy.
"Vou mostrar que o PT é o partido da baixaria. Vou reverter as
pesquisas mostrando que eu tenho condição para ser prefeito e
que a dona Marta tem condição
para ser dondoca", afirmou.
Isolamento
Isolado politicamente, o pepebista afirmou que Marta é "ignorante" em termos administrativos, mesmo recebendo o apoio do
governador de São Paulo, Mário
Covas (PSDB), e do ex-governador Orestes Quércia (PMDB).
"Mesmo com o apoio do Covas,
do Quércia e do Lula (Luiz Inácio
Lula da Silva), a dona Marta do PT
é uma ignorante em assuntos administrativos. Ela é fruto de uma
candidatura produzida em estúdio de televisão, maquiada como
uma grã-fina nos salões de beleza
do Jardim América."
Maluf afirmou que espera ter
votos de petistas, de tucanos e
principalmente dos eleitores do
senador Romeu Tuma (PFL).
"O fato de alguém ter manifestado apoio (a Marta), não quer dizer que o voto vai para ela. Os votos do Tuma vêm para mim. Do
mesmo modo, sei que terei votos
de tucanos e de petistas", disse.
Para o pepebista, as atitudes de
Tuma e de Marta são incompatível . "Por exemplo, o senador
combateu as drogas. Já a dona
Marta, em entrevista aos jornais,
disse que fuma maconha. Tuma
sempre foi muito duro com os
bandidos, e o PT sempre foi parcimonioso", afirmou o candidato.
"A dona Marta nunca administrou nada, nem a casa dela. Não
educou nem os filhos, que foram
estudar na Europa. Vamos ser
francos, o padrão de educação
dos filhos dela não é o dos filhos
brasileiros", afirmou o candidato.
Texto Anterior: Outro lado: Fidelity volta a responsabilizar ex-funcionários Próximo Texto: "Artilharia" malufista será pesada Índice
|