São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2000

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MINAS GERAIS
João Leite corteja PDT

Célio tenta aliança com Itamar hoje

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PSB), que busca a reeleição, tenta hoje quebrar a resistência do governador Itamar Franco (sem partido) e levá-lo para a sua campanha.
Enquanto isso, seu adversário João Leite (PSDB) amplia ainda mais a aliança no segundo turno. O tucano recebeu ontem o apoio da peemedebista Maria Elvira.
Terceira colocada no primeiro turno, a deputada federal pelo PMDB se antecipou à decisão do seu partido, que deve sair na noite de hoje, e anunciou o apoio ao tucano. Com isso, Leite, que estava isolado no primeiro turno, tem agora o apoio da deputada, do PFL, do PTB e do PPB, que teve candidato próprio.
Célio ainda não desistiu de ter o apoio do PMDB. Em se confirmando essa expectativa, o racha no partido vai estar configurado, diante da decisão de Maria Elvira.
O apoio mais esperado por Célio, no entanto, é o de Itamar, que, na semana passada, surpreendeu a coordenação da campanha do PSB e do PT ao afirmar que não vai participar da disputa, podendo o prefeito ficar "tranquilo".
A declaração de Itamar foi uma resposta ao prefeito por ter ele declarado que não gostaria que a disputa eleitoral ficasse polarizada entre o governador e o presidente Fernando Henrique.
Itamar chegou a anunciar que o encontro de hoje seria "estritamente administrativo" e teria a participação de secretários de Estado. Anteontem, o governador mandou dizer que vai receber Célio reservadamente.
O PSB e o PT não trabalham com a hipótese de Itamar ficar fora da disputa, porque ele já declarou que "Belo Horizonte não pode cair novamente nas mãos daqueles que infelicitaram o Estado", referindo-se ao PSDB.
João Leite, por sua vez, segue buscando apoios. Na sua mira agora está o PDT, que, no primeiro turno, mesmo dividido, decidiu pelo apoio à candidata do PMDB. Segundo o Datafolha, ele tem 39% das intenções de voto, contra 48% de Célio.
Ao receber o apoio da peemedebista, Leite disse que esse fato significava "a soma dos que fazem oposição" a Célio, que "faz um governo isolado".
Maria Elvira disse que a sua decisão é "pessoal", mas foi tomada diante de uma consulta feita aos membros dos diretórios municipal e estadual do PMDB, que, segundo ela, vão se definir pelo apoio ao tucano. A candidata faz críticas ao seu partido, afirmando que não recebeu o apoio efetivo do PMDB durante a campanha e que, por esse motivo, se sente "desobrigada" de acompanhar todas as decisões da legenda.
No primeiro turno, ela criticou os peemedebistas que se engajaram na campanha de Célio. Maria Elvira disse que a sua atitude de apoiar Leite antes da decisão do partido é "diferente" pelo fato de ela ter consultado os membros da executiva estadual.



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