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ROMBO AMAZÔNICO
Ex-senador da Bahia afirma que desconhece testemunha
Jader volta a rivalizar com ACM e diz ser alvo de "farsa"
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGENCIA FOLHA, EM BELÉM
O ex-senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) voltou a rivalizar
com o seu principal desafeto político, o senador recém-eleito Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), depois de ser eleito o deputado federal mais votado do Pará
com 344 mil votos.
Em seu depoimento na Justiça
Federal, em Belém (PA), sobre o
caso do desvio de dinheiro da Sudam para a Usimar, Jader Barbalho citou duas vezes ACM como
responsável pelo que chamou de
"farsa" para envolvê-lo nas investigações sobre o caso.
Jader declarou na Justiça que a
principal testemunha de acusação
contra ele no processo, Amauri
Cruz dos Santos, fazia "tráfico de
informações" no Congresso e
"era uma pessoa ligada ao senador Antônio Carlos Magalhães".
ACM nega que tenha sido responsável por envolver Jader e disse não conhecer Amauri Cruz dos
Santos. "Não sei de quem se trata,
não conheço essa pessoa e, se não
for séria, deve fazer parte da turma de Jader Barbalho, político
que envergonha o Brasil".
Santos declarou na Justiça Federal e no Ministério Publico Federal que Jader recebia o correspondente a 20% sobre parte dos
recursos para a implantação da
Usimar, projeto com sede no Maranhão e que não saiu do papel.
Na denúncia, os procuradores
da República afirmam que foram
liberados R$ 44,1 milhões para a
implantação do projeto, avaliado
em R$ 1,8 bilhão.
ACM e Jader foram pivôs de
uma batalha política com troca de
acusações no Senado Federal no
ano passado e renunciaram para
evitar abertura de processo contra eles no Conselho de Ética.
Jader renunciou por causa de
denúncias de desvio de recursos
no Banpará (Banco do Estado do
Pará) e na extinta Sudam e ACM
foi um dos responsabilizados pela
violação do painel eletrônico durante a votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão (DF).
Após seu depoimento na Justiça
Federal, Jader foi irônico em relação ao senador baiano quando
questionado por jornalistas: "Não
conheço este senhor. No Pará, eu
não sei quem ele é. Confesso que
minha preocupação ao voltar ao
Congresso é fazer Justiça a essa
avalanche de votos. O que interessa a um político é o julgamento da
população que ele representa".
Jader foi ouvido pelo juiz federal
Rubens Rollo D'Oliveira, da 3ª
Vara Federal. Na denúncia, o Ministério Publico Federal chama o
ex-senador de "controlador do
esquema Sudam" e cita os números de seis cheques, no valor total
de R$ 2,4 milhões, como prova de
que Jader recebeu o correspondente a 20% incidentes sobre parte dos recursos liberados para a
implantação do projeto Usimar.
Segundo os procuradores, os
cheques eram entregues ao doleiro José Samuel Benzecry, dono da
casa de câmbio Cruzeiro, em Belém, e ele "providenciava a lavagem final dos recursos, convertendo-os em moeda estrangeira
ou nacional, a critério do denunciado Jader Barbalho, remetendo
ou não quantias para o exterior".
Colaborou LUIZ FRANCISCO, da Agência Folha, em Salvador
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